Mali. Grupo canadiano rejeita gestão provisória das suas minas de ouro

A empresa canadiana Barrick Gold opôs-se hoje à eventual colocação sob administração provisória das instalações de extração de ouro no Mali, tal como exigido pela junta no poder, que encerrou os escritórios do grupo em Bamako.

bandeira do Mali

© Maksim Konstantinov/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

Lusa
26/05/2025 17:11 ‧ 26/05/2025 por Lusa

Mundo

Mali

Há meses que a empresa canadiana e o Governo do Mali estão num braço de ferro sobre o complexo de Loulo-Gounkoto, uma das maiores jazidas de ouro do mundo, detida 80% pelo grupo mineiro e 20% pelo país.

 

Em meados de abril, as autoridades malianas ordenaram o encerramento dos escritórios da empresa em Bamako por "falta de pagamento de impostos" e exigiram centenas de milhões de dólares de impostos em atraso à Barrick e detiveram quatro empregados malianos no final de novembro.

A 08 de maio, o Governo do Mali pediu ao Tribunal de Comércio de Bamako que impusesse uma administração provisória sobre as instalações de Loulo-Gounkoto. A decisão deverá ser tomada a 02 de junho.

A empresa "considera que não existe qualquer fundamento - nem de direito nem de facto - para que a gestão corrente das operações em Loulo-Gounkoto seja confiada a um administrador provisório nomeado por um tribunal", declarou hoje num comunicado.

A empresa denunciou uma "nova escalada" das autoridades malianas, que já a tinham obrigado a suspender as operações depois de terem apreendido três toneladas de ouro no local, em janeiro.

"A tentativa de interferir com as operações em Loulo-Gounkoto não tem precedentes nem justificação legal", afirmou o grupo.

"Ignora os direitos da Barrick ao abrigo da lei do Mali e dos acordos vinculativos, e é inconsistente com os princípios de um processo justo e de respeito mútuo que devem estar na base das parcerias entre governos e investidores a longo prazo", acrescentou a empresa.

A empresa, que diz ter lançado um processo de arbitragem internacional em janeiro, reafirmou hoje a sua determinação em "encontrar uma solução justa e equitativa".

A junta, que chegou ao poder após dois golpes de Estado em 2020 e 2021, está a exercer uma pressão sem precedentes sobre os grupos mineiros estrangeiros, especialmente os ocidentais, tendo reformado o código mineiro do país, em 2024.

Os militares procuram obter uma parte maior das receitas geradas pelas atividades extrativas, incluindo as do complexo subterrâneo e a céu aberto de Loulo-Gounkoto.

O Mali, um dos países mais pobres do mundo, que enfrenta ataques de extremistas islâmicos e uma profunda crise económica, é um dos principais produtores de ouro em África que contribui com um quarto do orçamento nacional e três quartos das receitas de exportação.

Leia Também: Mali. ONU pede revogação do decreto que dissolveu partidos políticos

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas