"Foram encontrados vários murais importantes, incluindo os restos de um com simbolismo significativo na arte copta, uma vez que o seu tema retrata repetidamente olhos com um rosto no meio, indicando visão espiritual interior e um símbolo de sabedoria, despertar e vigilância em questões pastorais", explica Mohamed Ismail Khaled, secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades, em comunicado.
Foi também encontrado um outro mural no interior da estrutura - acompanhado de inscrições coptas - com os restos de um desenho do rosto de um homem que transportava uma criança pequena, que se acredita ser José, o Carpinteiro, transportando Jesus Cristo, rodeado pelos discípulos deste último.
O edifício, descoberto em 1965, já foi alvo de investigação em 1976, com temporadas separadas de escavações a continuarem até 2010, seguidas de expedições egípcias no ano passado.
A construção foi coberta com uma camada de argamassa branca e é constituída por dois níveis, no primeiro, existem três divisões paralelas, seguidas de dois quartos, com uma escada que conduz a três celas, seguidas de duas salas de estar. Numerosos achados arqueológicos de cerâmica e pedra foram encontrados no interior, "sendo o mais notável uma lápide de um dos santos com inscrições coptas indicando o nome do santo e a data da sua morte", refere o comunicado.
Foram ainda encontrados vários cenotáfios [urnas simbólicas, vazias] de tamanhos variados com inscrições coptas, um friso de pedra com decorações de animais representando os restos mortais de uma gazela e de um leão, e vários vasos de cerâmica multiúsos.
De acordo com a missão que fez as descobertas, os trabalhos de escavação e o estudo dos murais recentemente descobertos vão continuar "para se conhecer mais sobre os segredos e o significado deste edifício".
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