Israel efetua série de ataques no sul e no leste do Líbano

O exército israelita efetuou esta noite uma série de ataques contra várias localidades do sul e do leste do Líbano, apesar do cessar-fogo em vigor entre o movimento islamita Hezbollah e Israel, informou a agência noticiosa libanesa Ani.

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© FADEL ITANI/AFP via Getty Images

Lusa
23/05/2025 00:06 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"O inimigo israelita efetuou um ataque contra o edifício Toul", informou a Ani, quase uma hora depois de o exército israelita ter exigido a evacuação do edifício, que, segundo a agência, pertencia ao Hezbollah.

 

A agência de notícias referiu também um ataque à localidade de Bouday, na Bekaa (leste), e uma série de ataques a várias localidades no sul, que descreveu como "os mais violentos" desde o cessar-fogo.

Os ataques no sul do Líbano ocorrem dois dias antes da realização de eleições autárquicas na região, ataques estes que o primeiro-ministro libanês, Nawaf Salam, condenou e em que realça "a repetida agressão israelita contra o Líbano, que ocorre num momento crítico".

O líder do Hezbollah, Naim Qassem, apelou à população do sul do Líbano para que maximize a sua "presença e participação nas eleições para que a vitória seja retumbante", uma região tradicionalmente aliada do seu partido e do seu aliado xiita Amal.

"Não nos dirigimos a vós para assegurar a vitória nas eleições, vós sois vitoriosos graças à vossa unidade e apoio ao Movimento Amal e ao Hezbollah. E com o vosso apoio à resistência, vocês são, de facto, a resistência", afirmou o líder do movimento em comunicado.

Numa mensagem publicada no X, o porta-voz do exército israelita, o coronel Avichai Adraee, referiu ataques israelitas contra "infraestruturas terroristas, bem como lançadores de mísseis e foguetes pertencentes ao Hezbollah no sul do Líbano", sem dar mais pormenores.

Adiantou que Israel tinha atacado "uma instalação militar na região de Bekaa", no leste do Líbano, "que continha lançadores e equipamento militar, depois de ter observado actividades do Hezbollah no seu interior".

Numa declaração separada, o exército israelita afirmou ter "atingido e eliminado um terrorista da Força Radwan do Hezbollah" na região meridional de "Rab El Thalathine".

A vaga de atentados foi interpretada como uma medida de pressão para dificultar a realização de eleições iminentes no sul do Líbano, onde o Hezbollah e o Amal costumam ganhar confortavelmente e onde não é do interesse do Estado judaico que as administrações locais sejam controladas por eles.

Qassem reconheceu que, desta vez, as eleições autárquicas representam um "novo desafio" que exige resiliência e firmeza nas suas posições, ao mesmo tempo que argumentou que "todos aqueles que apostam no agressor israelita estão à espera dos resultados".

"A vossa ampla participação nas eleições municipais e presidenciais faz parte do processo de reconstrução, que prosseguiremos em conjunto com os municípios eleitos e o Estado libanês, que deve assumir as suas responsabilidades", concluiu o líder do Hezbollah.

Apesar de um acordo de cessar-fogo em vigor desde o final de novembro, Israel continua os ataques aéreos no Líbano, alegando que visam posições e combatentes do movimento xiita Hezbollah.

O acordo prevê que o Hezbollah se retire para norte do rio Litani, a cerca de 30 quilómetros da fronteira com Israel, e desmantele as infraestruturas militares no sul do Líbano.

O texto prevê ainda a retirada do Líbano do Exército israelita, que mantém tropas em cinco posições no sul.

O Líbano - cujo Exército está destacado no Sul - tem vindo a pedir à comunidade internacional para pressionar Israel a cessar os ataques e a retirar.

Os confrontos entre o Hezbollah e Israel - que começaram após a guerra de Gaza, em outubro de 2023 - transformaram-se numa guerra aberta.

Leia Também: Líbano reporta três mortos em ataques israelitas

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