"O Departamento do Tesouro e o Departamento de Estado estão a implementar autorizações para encorajar novos investimentos na Síria", disse o secretário do Tesouro, Scott Bessent, em comunicado.
Paralelamente, o Departamento de Estado emitiu também uma isenção a uma lei de 2020 que prevê sanções severas contra qualquer entidade ou empresa que cooperasse com o regime de Bashar al-Assad, derrubado em dezembro por uma coligação de forças islâmicas.
Esta medida "permitirá aos nossos parceiros estrangeiros, aliados e à região explorar ainda mais o potencial (do país)", acrescenta o comunicado.
As medidas "fazem parte de um esforço mais amplo do governo dos Estados Unidos para remover todas as sanções impostas à Síria por abusos cometidos pelo regime de Assad", disse o Tesouro.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou a 13 de maio o levantamento das sanções ao país para apoiar o governo sírio chefiado pelo antigo líder jihadista Ahmad al-Charaa, cujo movimento Hayat Tahrir al Sham (HTS) liderou a ofensiva que no final do ano passado depôs o antigo Presidente sírio Bashar al-Assad.
O embaixador dos Estados Unidos na Turquia, Tom Barrack, anunciou hoje a sua nomeação como enviado especial da Casa Branca para a Síria, com a missão de observar o processo de transição iniciado pelas novas autoridades da república árabe.
Segundo referiu o novo enviado numa publicação nas redes sociais, Washington espera agora de al-Charaa que acelere um processo de reformas há muito aguardado, consoante a "visão clara de Trump para um Médio Oriente próspero e uma Síria estável e em paz consigo mesma e com os seus vizinhos".
A Síria vive um novo ciclo após quase 14 anos de guerra civil, na sequência de uma operação militar relâmpago que depôs em 08 de dezembro de 2024 o regime de Bashar al-Assad, atualmente exilado na Rússia.
As autoridades da Síria celebraram esta semana também o levantamento das restantes sanções económicas impostas pela União Europeia (UE) contra o regime de Assad, uma decisão que descreveram como histórica.
Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros sírio saudou a medida, em que viu "o início de um novo capítulo nas relações" entre o país árabe e o bloco europeu.
A diplomacia da Síria destacou o compromisso da UE com o processo de "transição da Síria para um futuro baseado na estabilidade, nos direitos humanos, na recuperação económica e na cooperação internacional".
O ministério agradeceu ainda a Bruxelas o "apoio ao povo sírio na sua reconstrução", lembrando que o país árabe "herda (...) uma infraestrutura devastada [e] uma economia desarticulada".
A Síria salientou ainda que a decisão da UE permitirá "melhorar a cooperação política e de segurança [e] garantir benefícios mútuos" para ambas as partes.
Os chefes da diplomacia da UE concordaram na terça-feira com o levantamento das restantes sanções à Síria, que tinham sido impostas durante o regime de Bashar al-Assad, deposto em dezembro.
A suspensão não afeta, no entanto, as medidas dirigidas aos responsáveis da repressão durante o regime de Assad, que fugiu para a Rússia, e pelas violações dos direitos humanos ainda em vigor.
O acordo para levantar as sanções económicas conclui uma decisão inicial dos 27 do bloco europeu, que já tinham levantado as restrições aos setores da energia e dos transportes em janeiro, como primeira resposta à queda do regime.
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