Nas mesmas declarações, citadas pelas agências internacionais, Tom Fletcher alertou para os "enormes desafios" que se colocam para que os fornecimentos cheguem "onde são necessários".
O representante afirmou que continua "em estreito contacto" com o pessoal no terreno, depois de "os camiões de ajuda estarem finalmente de volta à estrada", na sequência de problemas de insegurança que inicialmente os impediram de sair do posto fronteiriço de Kerem Shalom para Israel.
No total, cerca de 200 camiões entraram em Gaza através deste posto, situado no sul da Faixa.
O Programa Alimentar Mundial (PAM) divulgou imagens que mostram o primeiro descarregamento de mercadorias e afirmou que as equipas da agência "estão a trabalhar 24 horas por dia para que as padarias voltem a funcionar", depois de terem sido obrigadas a interromper a atividade por falta de farinha ou de combustível.
Todas as organizações concordam que o ritmo atual não é suficiente e apelam a Israel para que permita o acesso aos fornecimentos básicos sem entraves.
"Não há nem de longe o suficiente para ajudar todos os que precisam. Precisamos de mais camiões, mais alimentos, e já", apelou o PAM nas suas redes sociais.
Israel bloqueou a entrada de ajuda humanitária em Gaza desde 02 de março, ainda antes de o último acordo de cessar-fogo ter sido quebrado.
A Organização Mundial da Saúde alertou na semana passada que meio milhão de habitantes de Gaza estavam à beira da fome devido ao "bloqueio deliberado" de Israel, e 57 crianças já tinham morrido de subnutrição desde o início de março.
Na quarta-feira à noite, a ONU confirmou que começou a distribuir o equivalente a 90 camiões de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, pela primeira vez desde o início do bloqueio total do território palestiniano.
A guerra eclodiu em Gaza após um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano Hamas em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.
Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que provocou mais de 53 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.
A ofensiva israelita também destruiu grande parte das infraestruturas do território governado pelo Hamas desde 2007.
Leia Também: Suspeito de matar israelitas gritou "Palestina livre". Já se sabe quem é