O presidente do Comité Central de Avaliação do Partido Democrático Progressista (DPP, na sigla em inglês) afirmou na quarta-feira que a decisão foi unânime e respeitou os regulamentos do partido.
De acordo com a agência de notícias pública taiwanesa CNA, Lai Jui-lung sublinhou que as ações dos membros violaram tanto a lei como os "valores fundamentais" do DPP.
"Perante a coação e a incitação do Partido Comunista Chinês, todos os membros do partido [DPP] devem observar rigorosamente a lei e a disciplina partidária (...). Os interesses nacionais devem prevalecer", afirmou Lai.
Entre os expulsos estão Sheng Chu-ying, antigo conselheiro do então presidente do parlamento You Si-kun (2020-2024), e Ho Jen-chieh, antigo conselheiro do ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Joseph Wu Jaushieh (2018-2024).
Nesta lista estão também Wu Shang-yu, que serviu como assessor no gabinete do atual Presidente, William Lai Ching-te, Chiu Shih-yuan, antigo diretor adjunto do Instituto de Democracia de Taiwan, e Huang Chu-jung, conselheiro de Lee Yu-tien, vereador do DPP de Nova Taipé.
Os três últimos estão atualmente detidos a aguardar julgamento.
Segundo o Ministério Público, Huang foi recrutado pelos serviços de informação de Pequim enquanto fazia negócios na China e, após regressar a Taiwan, começou a reunir informações confidenciais sobre William Lai e outros altos funcionários taiwaneses.
Os investigadores alegam que Wu transmitiu à China informações sobre uma visita de Lai ao Paraguai em agosto de 2023.
Estes casos ganharam atenção mediática depois de William Lai ter definido a China como uma "força externa hostil", em março, e ter anunciado 15 medidas, incluindo o restabelecimento dos tribunais militares, para conter os crescentes atos de "infiltração" da China.
Na terça-feira, o líder de Taiwan reafirmou a intenção de dialogar com a China, "porque a guerra não tem vencedores", insistindo embora que continuará a fortalecer as capacidades defensivas da ilha para evitar um conflito armado.
Horas depois, o porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado (o executivo chinês), Chen Binhua, advertiu William Lai de que a defesa da independência da ilha torna impossível o diálogo.
As autoridades de Pequim consideram Taiwan uma "parte inalienável" do território chinês e não excluem o recurso à força para alcançar a "reunificação" da ilha e do continente, um dos objetivos a longo prazo definidos pelo líder chinês Xi Jinping após chegar ao poder em 2012.
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