O presidente Donald Trump anunciou na terça-feira o projeto 'Golden Dome', um sistema de defesa antimíssil no valor de 175 mil milhões de dólares (154,2 mil milhões de euros, ao câmbio atual).
"Esta é uma questão de soberania dos Estados Unidos. Se os Estados Unidos acreditam que existe uma ameaça balística, então é claro que vão desenvolver um sistema de defesa antimíssil", disse o porta-voz do Kremlin (presidência).
Dmitri Peskov referiu, no entanto, que "num futuro próximo, o curso dos acontecimentos exigirá o reinício de contactos com vista a restaurar a estabilidade estratégica" entre Washington e Moscovo.
Os contactos sobre a paridade estratégica entre as duas maiores potências nucleares do mundo "devem ser recriados no interesse dos nossos dois países e no interesse da segurança global", acrescentou, durante a conferência de imprensa telefónica diária.
As declarações de Peskov representam um abrandamento inesperado da posição russa, uma vez que Moscovo tinha sido anteriormente mais crítica em relação ao projeto 'Golden Dome' de Trump, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).
No início de maio, Moscovo, juntamente com Pequim, descreveu o escudo de defesa antimíssil como "profundamente desestabilizador", porque prevê "o reforço dos arsenais para operações militares no espaço" e a transformação do espaço numa "arena de confronto armado".
Em janeiro, a Rússia comparou o plano ao projeto "Guerra das Estrelas" apoiado pelo presidente Ronald Reagan (1981-1989) durante a Guerra Fria, que previa a interceção de mísseis a partir da órbita terrestre, mas que nunca foi concretizado.
Trump disse que o projeto, que estará operacional em 2029, no final do mandato, se destina a intercetar mísseis que sejam lançados "do outro lado da Terra e mesmo que sejam lançados do espaço".
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