A redução de pelo menos 715 mil milhões de dólares (630 mil milhões de euros, à taxa de câmbio atual) no programa de saúde pública conhecido como Medicaid faz parte de um pacote de reconciliação de 4,9 biliões (milhão de milhões) de dólares (4,3 biliões de euros) em cortes de impostos e reduções fiscais promovido pelo presidente republicano.
O Voto Latino alertou em comunicado que, se aprovados, os cortes prejudicariam o acesso à assistência médica para milhões de norte-americanos, prejudicando desproporcionalmente os latinos, que estão entre os maiores beneficiários do Medicaid e do programa CHIP, que se concentra em fornecer cobertura de saúde acessível a menores.
Os latinos representam quase 28% de todos os beneficiários do Medicaid e do CHIP, o que significa que aproximadamente 26,8 milhões de latinos dependem destes programas para os serviços de saúde essenciais.
Mais de 50% das crianças latinas no país dependem de programas de saúde pública, de acordo com os dados da organização não-governamental (ONG).
Os cortes também vão afetar muito as mulheres hispânicas. Em 2021, 58,1% dos nascimentos de mulheres hispânicas foram cobertos pelo Medicaid.
"Cortar estes fundos reduziria o acesso a cuidados pré-natais e de parto seguros", alertou a organização.
Além disso, aproximadamente uma em cada quatro mulheres em idade reprodutiva depende do Medicaid para a contraceção e cuidados reprodutivos.
"Cortar no Medicaid para financiar isenções fiscais para multimilionários é uma decisão calculada que aumentará a desigualdade e deixará milhões para trás, especialmente nas comunidades latinas que já enfrentam barreiras sistémicas para aceder aos cuidados de saúde", enfatizou Voto Latino.
Aprovar estes cortes também iria contra a vontade dos eleitores, sublinhou a organização, citando uma sondagem nacional recente na qual 72% dos eleitores latinos disseram estar preocupados com os cortes propostos no Medicaid.
Os congressistas republicanos estão a realizar sessões maratona para aprovar o projeto de lei antes do Memorial Day, 26 de maio, com o objetivo de chegar à Sala Oval antes do simbólico 4 de Julho, Dia da Independência.
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