Durante o encontro na cerimónia inaugural do pontificado de Leão XIV, eleito em 08 de maio, após a morte de Francisco, Isaac Herzog clamou pelo regresso "imediato" de todos os reféns que ainda estão detidos pelo movimento extremista palestiniano Hamas.
Herzog compareceu à cerimónia vestindo um fato com a fita amarela --- símbolo dos protestos que exigem que o governo israelita chegue a um acordo de cessar-fogo com o Hamas que permita a libertação dos reféns --- e um adesivo com a inscrição "590", o número de dias de sequestro.
"O presidente aproveitou a oportunidade para instar o Papa a continuar a trabalhar pela libertação [dos reféns] e a promover a renovação do diálogo inter-religioso", segundo um comunicado da presidência israelita.
Isaac Herzog convidou Leão XIV a visitar a Terra Santa, área entre o rio Jordão e o Mar Mediterrâneo com valor histórico para as três grandes religiões monoteístas (cristianismo, judaísmo e islão), atualmente dividida entre Israel e a Palestina.
Há uma semana, o Papa pediu um cessar-fogo "imediato" na Faixa de Gaza e defendeu, simultaneamente, o encaminhamento de ajuda humanitária à "exausta" população palestiniana e a libertação de todos os reféns israelitas.
Isaac Herzog foi o alto-representante iraelita que se manifestou quando da morte do Papa Francisco, em abril, recordando a sua "fé profunda e compaixão sem limites", ao dedicar "a sua vida a ajudar os pobres e a invocar a paz num mundo conturbado".
Herzog, citado pelas Notícias do Vaticano, sublinhou então "a grande importância" dada por Francisco "ao reforço dos laços com o mundo judaico e à promoção do diálogo inter-religioso como caminho para uma maior compreensão e respeito mútuo", acrescentando esperar "sinceramente, que as suas orações pela paz em todo o Médio Oriente e, em particular, pelo regresso de todos os reféns ainda detidos em Gaza" pudessem ter "em breve uma resposta positiva".
A guerra entre o Hamas e Israel foi desencadeada em 07 de outubro de 2023 por um ataque de comandos do movimento extremista palestiniano, que fizeram 250 reféns israelitas e cerca de 1.200 mortos, segundo o balanço das autoridades israelitas.
Na sexta-feira, as forças armadas israelitas anunciaram o início da expansão da ofensiva terrestre na Faixa de Gaza como parte dos objetivos de Telavive: a libertação dos reféns ainda detidos em Gaza e a derrota do Hamas.
As autoridades de Gaza estimam em quase 53.300 o número de mortos resultantes da ofensiva militar israelita contra o enclave palestiniano, iniciada na sequência do 07 de outubro de 2023.
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