Alemanha anuncia plano para gastar 5% do PIB em defesa

O plano de rearmamento da Alemanha começou hoje a ganhar forma com o anúncio do aumento das despesas militares para 5% do Produto Interno Bruto (PIB), para reforçar a defesa na Europa.

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© OZAN KOSE/AFP via Getty Images

Lusa
15/05/2025 14:11 ‧ há 6 horas por Lusa

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Alemanha

O objetivo definido hoje pelo chefe da diplomacia alemã, Johann Wadephul, ilustra a mudança estratégica há muito considerada impensável num país profundamente pacifista desde o nazismo e o seu papel na II Guerra Mundial, cuja prioridade era a ortodoxia orçamental.

 

"É claro que vamos discutir isto novamente hoje. Mas precisamos de analisar o resultado. E o resultado é que se trata dos 5% que o Presidente (dos EUA) Donald Trump solicitou. E estamos a acompanhá-lo nesse ponto", disse Wadephul numa reunião da NATO em Antália, Turquia.

O ministro - um fervoroso defensor do reforço da defesa europeia - não estabeleceu uma data para o cumprimento da meta, uma vez que a Alemanha ultrapassou pela primeira vez no ano passado a meta de 2% estabelecida pelos países da Aliança.

Depois de décadas em que a Alemanha se colocou sob a proteção dos Estados Unidos, o Governo alemão fez do seu rearmamento "uma prioridade absoluta", nas palavras do novo chanceler, Friedrich Merz, que prometeu ao Parlamento alemão fornecer "o Exército convencional mais poderoso da Europa".

As Forças Armadas, que devem aumentar a sua força para 203.000 soldados até 2031, está a ter dificuldades em recrutar, apesar de uma intensa campanha publicitária.

O ministro da Defesa, o social-democrata Boris Pistorius, que manteve o seu cargo no novo Governo, quer aprovar rapidamente uma reforma que visa recrutar jovens para o serviço militar.

A Alemanha já tinha iniciado um processo de reforço do seu sistema de defesa logo após a invasão russa da Ucrânia, no final de fevereiro de 2022, quando aumentou significativamente o seu orçamento militar, sob o Governo de Olaf Scholz, com a criação de um fundo dedicado de 100 mil milhões de euros.

Este esforço promete aumentar de intensidade, depois de gastos em defesa de cerca de 90 mil milhões de euros no ano passado, ou 2,1% do seu PIB.

O ex-chanceler Olaf Scholz manifestou ceticismo quanto à possibilidade o país atingir um investimento em defesa de 5% do PIB, que implicaria gastar mais de 200 mil milhões de euros anualmente.

Nesse cenário, Berlim tornar-se-ia um dos maiores investidores em defesa na NATO, a par da Polónia, que já está perto dos 5% e planeia ultrapassá-lo.

O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, apresentou uma proposta de compromisso, que recomenda que os países da Aliança dediquem pelo menos 3,5% do seu PIB a gastos estritamente militares até 2032, acrescidos de 1,5% em gastos mais amplos em segurança, como infraestruturas.

A Alemanha já anunciou que quer reforçar a capacidade de produção dos seus fabricantes de armas, não só para reduzir gradualmente a sua dependência dos Estados Unidos, mas também para impulsionar a sua economia.

Leia Também: Alemanha disposta a seguir Trump no apelo a gastos de 5% do PIB em defesa

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