Setenta e cinco dos 110 membros do órgão estiveram reunidos na tarde de quarta-feira até à última madrugada ,tendo, entre outros, aprovado uma moção de confiança política, por 70 votos a favor da liderança de Simões Pereira.
Atualmente fora do país, Simões Pereira tem sido contestado por um grupo de dirigentes, encabeçados pelo atual ministro dos Negócios Estrangeiros, Carlos Pinto Pereira, que o instam a definir se é candidato a primeiro-ministro ou à presidência da Guiné-Bissau nas eleições simultâneas marcadas para 23 de novembro.
O líder do partido é cabeça-de-lista da coligação Plataforma Aliança Inclusiva (PAI- Terra Ranka) às eleições legislativas.
O grupo tem exigido igualmente a convocação de um congresso extraordinário eletivo, uma pretensão que foi reprovada na reunião do 'bureau' político, com base num parecer negativo do Conselho de Jurisdição do PAIGC, adiantaram as mesmas fontes do órgão.
O grupo é integrado por dirigentes do partido, mas que integram o atual Governo de iniciativa do Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, contestado pelo PAIGC por considerar que é inconstitucional.
O grosso de dirigentes que contestam a direção de Simões Pereira assistiram à reunião, entre os quais Pinto Pereira, José Carlos Esteves, ministro das Obras Públicas, Construção e Urbanismo, Mário Mussante, ministro das Pescas, Aly Hizaji e ministro dos Combatentes da Liberdade da Pátria.
O 'bureau' político ratificou o Acordo de Paris, um entendimento alcançado em finais de abril na capital francesa entre as coligações PAI-Terra Ranka, liderada pelo PAIGC, e a Aliança Patriótica Inclusiva (API -- Cabaz Garandi), encabeçada pelo ex-primeiro-ministro Nuno Nabian.
O entendimento visa, entre outros, criar as bases para que as duas coligações desenvolvam ações políticas comuns antes, durante e depois das eleições de novembro, bem como trabalhar de forma harmoniosa em caso de vitória eleitoral nas legislativas e presidenciais.
As mesmas fontes que assistiram à reunião do 'bureau' político admitiram que o PAIGC deverá convocar, nos próximos dias, o Comité Central, órgão máximo entre congressos, para adotar as medidas aprovadas na última madrugada.
A reunião foi presidida por Califa Seidi, terceiro vice-presidente do histórico partido guineense.
A coligação PAI- Terra Ranka, liderada pelo PAIGC, foi afastada do Governo, meio ano depois de tomar posse, pelo Presidente da República, que dissolveu, em dezembro de 2023, o parlamento presidido por Simões Pereira.
O chefe de Estado convocou para novembro de 2024 eleições legislativas antecipadas, que adiou, alegadamente falta de condições técnicas.
Umaro Sissoco Embaló completou cinco anos de mandato na presidência em fevereiro e convocou para 23 de novembro eleições gerais, presidenciais e legislativas.
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