"Um dos favoritos às eleições foi expulso da campanha de forma completamente arbitrária", disse o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, durante a sua conferência de imprensa diária.
Peskov acrescentou que, por esse motivo, "os eleitores romenos foram privados do direito de votar em quem quisessem".
Nas eleições presidenciais romenas, realizadas no domingo, o candidato de extrema-direita George Simion venceu com mais de 40% dos votos, muito à frente de Nicosur Dan, o atual presidente da Câmara de Bucareste, mas ainda assim haverá uma segunda volta, marcada para 18 deste mês.
Simion obteve a vitória após receber apoio explícito e repetido por parte de Georgescu, que foi desqualificado depois de a primeira volta das eleições presidenciais de 24 de novembro ter sido anulada porque o Tribunal Constitucional encontrou provas de irregularidades.
Entre as alegações para a anulação estava a deteção de interferência russa no processo eleitoral.
O Kremlin já tinha criticado a decisão de excluir Georgescu das eleições devido a essa alegada interferência russa, afirmando que as eleições sem a participação deste candidato não seriam legítimas.
Hoje, Peskov insistiu que, com esta decisão, a Roménia optou por "desrespeitar a democracia" e rejeitou as acusações de que a Rússia tem quaisquer ligações a Georgescu.
O porta-voz do Kremlin denunciou ainda as "medidas restritivas" impostas aos partidos críticos do sistema, na Europa, como o partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que Berlim declarou extremista.
"Por um lado, trata-se, naturalmente, de uma questão interna da Alemanha. Não temos o direito nem a intenção de interferir. Mas repito mais uma vez: o cenário político europeu está repleto de diversas medidas restritivas contra as forças políticas e os indivíduos cuja visão de mundo é inconsistente com a linha dominante", disse o porta-voz presidencial russo.
Questionado sobre as relações com o futuro chanceler alemão, Friedrich Merz, Peskov assegurou que a Rússia estará sempre disponível para um bom relacionamento diplomático com Berlim, mas lembrou que recentes declarações do futuro chefe de Governo da Alemanha não demonstram vontade de normalizar as ligações com Moscovo.
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