Israel aprova plano para retomar acesso a ajuda humanitária em Gaza

O gabinete de segurança de Israel, responsável pelo curso da ofensiva em Gaza, aprovou durante a noite um plano para retomar o acesso de ajuda humanitária que está completamente bloqueado desde 02 de março, informa hoje a imprensa nacional.

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Lusa
05/05/2025 08:33 ‧ há 3 horas por Lusa

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Médio Oriente

De acordo com o diário Israel Hayom, o gabinete também aprovou aumentar gradualmente a pressão militar sobre o enclave e pressionar o Hamas a aceitar um cessar-fogo.

 

Quanto ao plano para retomar o acesso da ajuda humanitária a Gaza, o diário Yediot Ahronot dá conta de que alguns ministros opuseram-se à ideia de permitir que alimentos, remédios e outros bens essenciais voltassem a ser distribuídos no território palestiniano após um bloqueio de mais de dois meses.

Israel bloqueou, em março, o acesso de ajuda humanitária a Gaza para impedir o Hamas de aceder ao material que entra na Faixa.

O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, conhecido por ser ultranacionalista, disse durante a reunião que "não há necessidade de introduzir ajuda [em Gaza]" e que "os armazéns de alimentos do Hamas devem ser bombardeados", provocando o que a imprensa local descreveu como uma discussão acalorada com o chefe do Estado-Maior do Exército, Eyal Zamir.

"[Essa posição] coloca-nos em perigo. O direito internacional existe e vincula-nos. Não podemos matar a Faixa de Gaza de fome. As suas declarações são perigosas", terá dito o chefe do exército, segundo a emissora israelita Canal 12.

Este é o maior bloqueio de Israel no enclave desde o início da ofensiva.

Paralelamente, a agência noticiosa AFP dá conta de que o gabinete político de segurança israelita aprovou a possibilidade de "distribuição humanitária, se necessário" na Faixa de Gaza, uma decisão marcada por discussões, uma vez que alguns ministros terão defendido que há comida suficiente em Gaza.

Organizações internacionais de ajuda humanitária dizem que estão a ficar sem tudo na Faixa de Gaza, devastada por mais de um ano e meio de guerra entre o movimento islâmico palestiniano Hamas e Israel.

Antes do cessar-fogo, a entrada de ajuda era significativamente limitada: a agência da ONU para refugiados palestinianos (UNRWA) registou o acesso de cerca de 92 camiões por dia em Gaza em novembro de 2024, enquanto antes da guerra era de cerca de 500, o que já era considerado insuficiente.

"O gabinete decidiu ontem [domingo] à noite expandir a operação militar dentro de Gaza, não para manter a segurança de Israel, mas para salvar Netanyahu e o seu governo extremista", denunciou Yair Golan, líder dos democratas progressistas, na rede social X.

Hoje o jornal Ahronot noticiou que a expansão das operações em Gaza passa pela ocupação de mais território no enclave e pela deslocação forçada da sua população para sul, onde o exército já ocupou uma grande parte do território ao apoderar-se da cidade de Rafah.

A "zona humanitária" de Mawasi (sul), que o exército descreveu como segura para os deslocados, deixou de ser considerada como tal por Israel a 18 de março.

"Estamos a passar do método das incursões para o método da ocupação do território e da sua permanência", declarou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu durante a reunião, cita o jornal Ahronot.

Leia Também: Israel quer intensificar guerra contra Hamas em Gaza

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