"O Paquistão realizou hoje um teste de lançamento bem-sucedido de um míssil Fattah [míssil supersónico de médio-longo alcance] com um alcance de 120 km", anunciou o exército, em comunicado.
O objetivo é "preparar as tropas e validar, em particular, o sistema de navegação avançado do míssil, bem como a sua precisão", refere o exército.
O primeiro teste aconteceu no sábado, quando o exército paquistanês lançou um míssil terra-terra do sistema de armas Abdali, com um alcance de 450 quilómetros.
O novo foco de tensão entre os dois países começou a 22 de abril, quando um ataque realizado por homens armados em Caxemira matou 26 pessoas, a maioria das quais turistas.
O atentado foi o pior dos últimos anos contra civis na região turbulenta de Caxemira, que é palco de uma disputa entre os dois países há mais de três décadas.
Nova Deli lançou então uma ofensiva diplomática contra Islamabade, culpando-a pelo atentado, um raro ataque contra civis que chocou e indignou a Índia e provocou pedidos de ação contra o Paquistão.
O Governo indiano não apresentou publicamente qualquer prova que ligasse o ataque ao seu país vizinho, mas disse que os responsáveis tinham ligações "transfronteiriças" com o Paquistão.
Islamabade negou qualquer ligação ao ataque, que foi, entretanto, reivindicado por um grupo militante até agora desconhecido autointitulado 'Resistência de Caxemira'.
Os dois países ordenaram a saída dos seus territórios de cidadãos do Estado vizinho e, ao longo dos dias, foram-se registando incidentes nas fronteiras, com tiros disparados na chamada Linha de Controlo em Caxemira.
No domingo, a Rússia propôs-se como mediador deste conflito, após conversações, durante o fim de semana, entre o líder da diplomacia russa e os seus homólogos paquistanês e indiano.
A Índia e o Paquistão administram, cada um, uma parte de Caxemira, mas ambos reivindicam o território na sua totalidade.
Nova Deli descreve toda a militância em Caxemira como terrorismo apoiado pelo Paquistão, o que este nega.
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