Os candidatos representam 54 organizações políticas, 36 delas de caráter nacional, 10 regionais e 8 indígenas, com os partidos da oposição a tentar, segundo a imprensa local, aumentar a sua representatividade quer nas governações regionais quer na Assembleia Nacional (parlamento).
O anúncio do arranque de campanha foi feito através de um comunicado, pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), precisando que até à meia-noite em hora local de 22 de maio, os candidatos poderão dar a conhecer ao país as suas propostas, ideias e planos de gestão.
"O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) reafirma o seu compromisso com a legalidade, a equidade e o respeito pelo quadro normativo que rege o processo eleitoral, como garantia do exercício livre, justo e transparente da vontade popular", explica o reitor principal do CNE, no comunicado.
Segundo Elvis Amoroso, o regulamento estabelece a obrigação, de os candidatos se afastem temporariamente de funções públicas, excetuando os que se desempenham como deputados e legisladores.
Vão ser eleitos 24 governadores de estados (distritos), incluindo, pela primeira vez, o da Guiana Essequiba, território em disputa com a vizinha Guiana e 277 deputados para um período constitucional de cinco anos, (2026 -- 2031).
As eleições têm lugar em um contexto de crise política, de questionamentos aos resultados das eleições presidenciais de 28 de julho de 2024, em que Nicolás Maduro foi proclamado Presidente eleito para um mandato de seis anos (2025 -- 2031) mas com a oposição a insistir que o opositor Edmundo González Urrutia foi o vencedor e a exigir a divulgação desgregada das atas eleitorais, o que ainda não aconteceu.
A principal aliança opositora, Plataforma Unitária Democrática (PUD), tem enfrentado divisões internas, com alguns membros a defender a participação nestas eleições e outros a insistir na abstenção.
A falta de unidade levou à demissão, em março último, de Omar Barboza como secretário da PUD, organização que tem insistido na abstenção.
O partido opositor Primeiro Justiça expulsou o seu fundador e ex-candidato presidencial Henrique Capriles Raonski e os conhecidos políticos, Tomás Guanipa, Amélia Belisário, Ángel Medina, Pablo Pérez e Juan Requesens, depois de decidirem participar nas eleições de 25 de maio, para não ceder espaços ao regime.
Hoje, o atual presidente do parlamento, Jorge Rodríguez, instou a população e os partidos políticos do Grande Pólo Patriótico, que apoiam o regime, a "condenar" com votos os "extremistas" e fascistas" da oposição.
Nicolás Maduro foi empossado a 10 de janeiro no parlamento como Presidente da Venezuela para um terceiro mandato (2025-2031).
A oposição maioritária na Venezuela, agrupada na Plataforma Democrática Unitária, afirma ter recolhido "85% dos registos eleitorais", publicados num site, como prova da vitória de González Urrutia, apesar de o regime os classificar como "falsos".
O anúncio dos resultados foi objeto de protestos nas ruas, fortemente reprimidos pelas forças de segurança, violência que resultou em 27 mortos e 192 feridos, tendo as autoridades venezuelanas detido mais de 2.400 pessoas, segundo dados oficiais.
Em 19 de fevereiro o Concelho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) adiou de 27 de abril para 25 de maio de 2025, a data das próximas eleições regionais e para a Assembleia Nacional (AN, parlamento).
Segundo o CNE todos os partidos e candidatos que participam nas eleições previstas para este ano tiveram de assinar um documento em que se comprometem a respeitar e acatar os "resultados emitidos pelo Conselho Nacional Eleitoral como poder constitucional da República", sem assegurar se serão comprovados com uma publicação detalhada dos resultados ou com as atas.
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