Em comunicado, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) lembra que todas as crianças têm direito a serem criadas "num ambiente familiar acolhedor".
"Os cuidados no ambiente familiar são a melhor opção para as crianças, e a sua institucionalização é a alternativa menos desejável", afirmou o diretor-executivo da Unicef, Anthony Lake, citado na nota, durante um debate numa sessão paralela organizada em conjunto com a Bulgária, por ocasião da reunião de setembro do Conselho de Administração da Unicef.
Citando dados de 2011, a agência das Nações Unidas refere que 1,4 milhões de crianças em 26 países na Europa Central e de Leste e na Ásia Central "estão a crescer separadas dos seus pais biológicos", sendo que cerca de 650 mil delas vivem em instituições de grandes dimensões, comprometendo o seu desenvolvimento saudável.
Letónia, Lituânia, Moldávia, Federação Russa e Ucrânia lideram a lista de países com maior número de situações do género.
De acordo com a Unicef, em alguns países a maioria das crianças institucionalizadas - 60 por cento - são deficientes, para as quais não existe resposta de cuidados de saúde especializados e de uma educação inclusiva. Igualmente os filhos de pais solteiros ou de grupos étnicos minoritários, como os ciganos, "representam também uma parcela muito elevada nas instituições".
O mesmo comunicado realça que nove em cada dez crianças institucionalizadas têm um ou ambos os progenitores vivos e que as mais pequenas "têm entre três a seis vezes mais probabilidades de serem abandonadas ou enviadas para cuidados formais numa fase crucial do seu desenvolvimento físico, mental e emocional".
Apesar deste cenário, a Unicef enaltece os "progressos significativos na reforma dos cuidados para crianças" em muitos países na Europa Central e de Leste e na Ásia Central, dando o exemplo da Bulgária, onde, assinala, há menos crianças menores de 3 anos institucionalizadas.