As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) recriaram uma imagem a aludir ao Spotify Wrapped - o balanço anual da plataforma de streaming - para enaltecerem as suas conquistas nas guerras travadas contra o grupo islâmico palestiniano Hamas e o grupo xiita libanês Hezbollah.
Numa publicação, na rede social X, as forças israelitas mostram as "conquistas operacionais" durante o ano de 2024, que incluem a morte de Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, e de Yahya Sinwar, líder do Hamas.
As IDF destacaram também a destruição de infraestruturas, que consideravam ser "ameaças", e a "eliminação de mais de 19 mil terroristas", que faz parte do álbum 'Bye Bye Bye', uma possível referência à música da antiga banda norte-americana NSYNC.
Houve também uma referência ao single '365' de Charlie XCX, que, para as IDF, é o número de dias a "proteger os cidadãos".
Thought we would share our year, wrapped. pic.twitter.com/Yc9fArXceW
— Israel Defense Forces (@IDF) December 4, 2024
A publicação foi alvo de críticas na rede social e houve quem fizesse um "top de crimes de guerra" cometidos pela IDF, que incluem "assassinar cerca de 100 mil pessoas em Gaza", "deslocar milhões de pessoas em Gaza", "deixar zero hospitais a funcionar em Gaza", "destruir cerca de 80% dos edifícios de Gaza" e "provocar fome em massa na Gaza".
Outros utilizadores destacaram o número de crianças palestinianas desaparecidas e os milhares feridos e detidos.
This you? pic.twitter.com/n3L4evdvtk
— ADAM (@AdameMedia) December 4, 2024
Sublinhe-se que a Faixa de Gaza é cenário de conflito desde 7 de outubro de 2023, data em que Israel ali declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas - desde 2007 no poder -, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando cerca de 1.200 pessoas, na maioria civis.
A guerra, que continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 45 mil mortos (cerca de 2% da população), entre os quais mais de 17.000 menores, e 105.538 feridos, além de pelo menos 11.000 desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros, de acordo com números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.
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