Começou o julgamento de implicados na morte do professor Samuel Paty

A Justiça francesa começou hoje a julgar oito pessoas acusadas de alegado incitamento ao ódio contra o professor Samuel Paty, assassinado em 2020 por um adolescente de origem chechena.

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© GEOFFROY VAN DER HASSELT/AFP via Getty Images

Lusa
04/11/2024 12:45 ‧ há 5 semanas por Lusa

Mundo

França

Os acusados, sete homens e uma mulher, vão ser julgados nos próximos dias pelo assassinato do professor de História e Geografia que lecionava num estabelecimento de ensino de Conflants Sante Honorine, na região francesa de Yvelines, norte de Paris. 

 

Os acusados, com idades compreendidas entre os 22 anos e os 65 anos, já compareceram hoje num tribunal especial de Paris por alegado envolvimento dos atos ocorridos em 2020 quando o jovem Abdulaj Anzorov matou Samuel Paty. 

Dois dos acusados estão a ser julgados também por cumplicidade no crime de assassinato, considerado "ato terrorista", pelo que podem vir a ser condenados a prisão perpétua. 

Os outros seis, acusados de associação criminosa e terrorista, podem vir a ser condenados a penas até aos trinta anos de cadeia, referiu hoje a estação de televisão francesa BFM TV. 

Os implicados foram também acusados de difundirem filmes através das redes sociais que estigmatizaram o professor, designando-o como "objetivo" e fornecendo publicamente informações como a identidade e o local de trabalho. 

Muitos dos filmes apresentavam dados "falsos ou distorcidos" que, segundo a acusação, apenas pretendiam incitar o ódio contra o professor, referem fontes citadas no processo.  

Em dezembro de 2023, seis outros arguidos - todos adolescentes - foram condenados por fazerem falsas acusações e organizarem uma conspiração criminosa com a intenção de provocar violência.

Quatro deles identificaram Samuel Paty quando Abdulaj Anzorov perguntou pelo professor antes de cometer o crime, que foi uma resposta às caricaturas do Profeta Maomé da revista satírica francesa "Charlie Hebdo".

As caricaturas foram mencionas pelo professor como objeto de estudo na sala de aula. 

 

Leia Também: Processo das golas antifumo chega a julgamento 5 anos após demissões

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