Imagens partilhadas nas redes sociais denunciaram nos últimos dias um caso de racismo na zona leste de São Paulo, no Brasil, onde uma criança de sete anos foi acusada de ter comido um pacote de bolachas.
Segundo é contado, tudo se passou no passado dia 22, quando uma família se dirigiu a uma loja chamada Magic Doces, e comprou 500 reais, cerca de 80 euros, em guloseimas, destinadas a uma festa de aniversário do menino.
"Não piso mais lá", disse a mãe, depois da situação. Segundo o que contou a mãe, a família foi abordada na caixa, e um funcionário disse que a criança tinha roubado um pacote de bolachas.
Racismo?
— Gazeta da Fama (@gazeta_fama) August 27, 2024
Funcionário da MagicDoces acusou uma criança de 7 anos de roubar bolachas. A mãe, apresentou os recibos. O funcionário foi verificar as câmeras e não viu nenhum roubo. Daí pediu desculpas.
Em nota a loja diz que não é preconceituosa. Será?pic.twitter.com/OutEdOLMou pic.twitter.com/zakZb31saI
A mãe fez depois um vídeo onde se ouve a criança a dizer "não roubei nada", e a progenitora a protegê-lo, dizendo que "sabe o filho que educa".
A mulher mostrou os recibos de tudo aquilo que tinha comprado, mas foi confrontada pelo funcionário da loja, que disse à família que o momento do roubo tinha sido captado pelas câmaras de vigilância.
"Pedimos as imagens. Ele subiu para olhar as imagens e, quando voltou e perguntei sobre as imagens, ele disse que, infelizmente, não tinha imagens, houve engano e pedia desculpas", explicou a mãe, que referiu ter respondido ao gerente: "Somos os únicos negros aqui na fila e vocês chegaram só na gente".
Pegando no telemóvel, ainda gravou imagens a dizer que sofria de "racismo", mas que nunca tinha chegado "ao ponto de ser abordada na frente de todos".
O objetivo da mãe do menino ao registrar o que ocorreu foi denunciar a "desconfiança embasada exclusivamente na questão racial", nas palavras do advogado, José Luiz de Oliveira Júnior. O caso será investigado, e a loja já emitiu um comunicado, dando conta de que tentaram encontrar uma "solução" para a situação, mas apontou que a mãe "decidiu publicar os vídeos" em questão. Recusando compactuar com "atitudes discriminatórias", a loja referiu que o funcionário estava a ser "orientado" e que após a apuração de factos, providências seriam tomadas.
Leia Também: Mulher condenada a prisão por racismo contra filha de Ewbank e Gagliasso