O Senado tem agora até 18 de julho para tomar uma decisão. Se não aprovar os cortes, o governo de Trump não os pode fazer.
O diretor da agência da Casa Branca para a Gestão e o Orçamento, Russell Vought, defendeu os cortes propostos, que integram os planos do governo para continuar a política do designado Departamento para a Eficiência Governamental, quando era dirigido por Elon Musk.
Senadores dos dois partidos expressaram preocupações com a intenção de Trump.
As suas reticências sugerem que alguns aspetos vão ser alterados ou que a própria proposta legislativa possa ser reprovada.
A senadora republicana Susan Collins, que preside a comissão senatorial que trata do orçamento, questionou os cortes propostos, tanto para os meios públicos de informação como para o combate à epidemia global do HIV.
Agarrando uma garrafa de vitaminas para grávidas e um pacote de suplementos alimentares para crianças mal alimentadas, Collins disse que era difícil optar, dada a informação disponibilizada aos congressistas, qual a ajuda que deveria continuar.
"Isto não é apenas a coisa correta a fazer por razões humanitárias, mas também são instrumentos incríveis de 'soft power'" (poder de influência positiva), adiantou.
Já a senadora democrata Patty Murray defendeu a rejeição da proposta orçamental na sua totalidade.
Collins e outros congressistas com forte peso rural na sua base eleitoral expressaram preocupações com o efeito do cancelamento de 1,1 mil milhões de dólares para a Corporation for Public Broadcasting (a cadeia de radiodifusão nas estações de difusão públicas no país. Algum deste dinheiro está afeto à National Public Radio e ao Public Broadcasting System para apoiarem programas locais.
Mas, "a vasta maioria deste financiamento, mais de 70%, destina-se às estações locais de rádio e televisão", disse Collins.
A Casa Branca entende que o sistema de informação público é politicamente enviesado e uma despesa desnecessária.
A audiência realizou-se em contexto de tensões crescentes entre a Casa Branca e o Congresso sobre as pretensões de Trump cancelar ou suspender fundos que tinham sido aprovados com uma base bipartidária.
Até esta semana, procuradores-gerais de mais de 20 Estados e de Washington, D.C., apresentaram queixas federais a contestar cortes orçamentais, na ordem dos milhares de milhões de dólares, feitos pelo governo de Trump, destinados a rubricas tão diversas quanto a prevenção de crime, a segurança alimentar ou a investigação científica.
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