Após meses de ataques perpetuados pelos rebeldes Huti contra várias embarcações naquelas águas, Wang explicou a Zindani que "a situação tensa no Mar Vermelho" é "uma consequência das repercussões do conflito de Gaza", guerra para a qual apelou a um cessar-fogo.
O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros sublinhou a importância de "manter a unidade e a estabilidade" no Iémen e manifestou esperança de que "todas as partes envolvidas no conflito iemenita adiram a uma solução política e respondam positivamente aos esforços de paz da ONU e dos países da região".
Zindani saudou o "apoio incondicional da China à independência e soberania do Iémen" e a assistência prestada por Pequim "ao desenvolvimento económico e social do país, sem condições políticas".
O ministro iemenita manifestou esperança de que a China "continue a desempenhar um papel significativo na redução das tensões no Mar Vermelho e na reconstrução do Iémen".
Os ataques dos Huti podem ter um grande impacto na economia mundial, uma vez que o Mar Vermelho representa quase 15% do comércio marítimo mundial.
A China tem criticado as ações das forças norte-americanas contra os Hutis desde que o grupo insurgente começou a atacar, há meses, navios no Mar Vermelho e no Estreito de Bab al-Mandeb, que alega estarem ligados a Israel ou dirigirem-se para lá.
Segundo Pequim, os ataques lançados pelos EUA não estão abrangidos pelas resoluções do Conselho de Segurança da ONU ou pela Carta das Nações Unidas e são, por isso, contrários ao direito internacional.
Zindani encontra-se na capital chinesa para participar na 10.ª Conferência Ministerial do Fórum para a Cooperação China - Estados Árabes, na quinta-feira.
A conferência contará com a presença do Presidente chinês, Xi Jinping, do Rei do Bahrein, Hamad Bin Isa Al Khalifa, do Presidente do Egipto, Abdel Fattah El Sisi, do Presidente da Tunísia, Kais Saied, e do Presidente dos Emirados Árabes Unidos, Mohamed Bin Zayed Al Nahyan.
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