"Ele terá de abandonar no prazo de uma semana o território da Federação Russa", declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo num comunicado, indicando que convocou o embaixador britânico e lhe comunicou a decisão.
"A nossa reação às ações inamistosas e antirrussas anunciadas a 08 de maio pelos britânicos não se ficará por esta medida", acrescentou o ministério, prometendo novas represálias.
A 08 de maio, o Reino Unido denunciou "atividades maliciosas" e de espionagem imputadas a Moscovo, anunciando a expulsão do adido de defesa russo em Londres, que descreveu como um "oficial dos serviços secretos militares não-declarado".
Um adido de defesa é um membro das Forças Armadas que serve numa embaixada e representa o setor da Defesa do seu país no estrangeiro.
A Rússia reagiu afirmando que a decisão britânica assenta em "mentiras puras e simples".
Londres anunciou também na semana passada que várias propriedades russas em território britânico, que o Reino Unido suspeita terem sido utilizadas "para fins de obtenção de informações", perderiam o seu estatuto diplomático.
As relações entre a Rússia e o Reino Unido, um dos principais apoiantes de Kiev contra a agressão russa, em curso desde fevereiro de 2022, são particularmente tensas.
Nos últimos meses, têm-se multiplicado os casos de alegada espionagem no Reino Unido que envolvem Moscovo. No final de março, cinco búlgaros foram acusados de espionagem para a Rússia. Declararam-se inocentes.
No fim de abril, um cidadão britânico de 20 anos foi indiciado ao abrigo da lei de segurança nacional, após acusado de organizar ataques a "empresas ligadas à Ucrânia".
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991, após a desagregação da antiga União Soviética, e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os dois beligerantes mantêm-se irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.
Os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas têm-se confrontado com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais.
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