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Israel detém palestiniano acusado de matar colono adolescente

O exército israelita anunciou hoje a detenção de um jovem palestiniano de 21 anos acusado de ter matado na semana passada um colono menor de idade na Cisjordânia ocupada.

Israel detém palestiniano acusado de matar colono adolescente
Notícias ao Minuto

11:58 - 22/04/24 por Lusa

Mundo Médio Oriente

O jovem detido, de 21 anos e natural de Douma, na Cisjordânia ocupada, é acusado de ter matado o colono adolescente Benjamin Achimer, de 14 anos, cujo corpo foi encontrado no dia 13 de abril na Cisjordânia, desencadeando uma onda de violência dos colonos em várias aldeias palestinianas.

Os colonos são os habitantes dos colonatos construídos por Israel a partir de 1968 nas zonas que ocupou na Palestina, no Egito, no Líbano e na Síria durante a Guerra dos Seis Dias (1967).

Durante a busca por Achimer, dezenas de colonos invadiram a aldeia de al-Mughayyir, a nordeste de Ramallah, onde mataram um palestiniano e feriram mais 25 pessoas.

Nos dias a seguir, foram atacadas nove outras aldeias, com multidões a incendiar casas e veículos.

Segundo o exército israelita, o suspeito reconheceu a sua responsabilidade durante o interrogatório.

No entanto, o presidente do conselho de bairro da Douma, Suleiman Dawabshi, questiona a confissão do detido e garante que Israel só quer justificar o ataque armado na região feito por colonos apoiados pelo exército.

O responsável municipal garante que já se queixou às autoridades militares pelo ataque conjunto de civis armados e soldados do exército regular israelita e afirma ter provas documentais da participação de soldados, o que - segundo o próprio Dawabshi - o exército de Israel nega.

"Colonos e soldados deslocaram comunidades palestinianas inteiras, destruindo todas as casas, com o aparente apoio das autoridades israelitas", denunciou, há cinco dias, o ativista da organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch Bill Van Esveld.

"À medida que a atenção do mundo se concentra em Gaza, os abusos na Cisjordânia, alimentados por décadas de impunidade e complacência entre os aliados de Israel, estão a aumentar", alertou.

Desde o início da guerra na Faixa de Gaza, os ataques de colonos ao território palestiniano ocupado aumentaram para níveis sem precedentes.

A ONU registou mais de 700 ataques de colonos entre 07 de outubro de 2023 (dia em que começou a guerra) e 03 de abril, sublinhando que em quase metade dos ataques estavam presentes soldados.

Os ataques realizados desde 07 de outubro na Cisjordânia obrigaram mais de 1.200 pessoas, incluindo 600 crianças a fugir das suas casas em comunidades pastoris palestinianas.

Pelo menos 17 palestinianos foram mortos e 400 feridos, enquanto os palestinianos mataram sete colonos na Cisjordânia ocupada, avança a ONU.

O conflito em curso foi desencadeado pelo ataque, sem precedentes, levado a cabo a 07 de outubro, no território israelita, pelo movimento islamita palestiniano Hamas.

O ataque matou cerca de 1.200 pessoas, na sua maioria civis mas também cerca de 400 militares, e serviu para o Hamas fazer quase 240 reféns, dos quais mais de 100 permanecem sequestrados na Faixa de Gaza.

Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, tem bombardeado a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas mais de 34.000 pessoas -- a maioria das quais civis.

A ofensiva israelita também tem destruído a maioria das infraestruturas de Gaza e perto de dois milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, ou seja, a quase totalidade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave, controlado pelo Hamas desde 2007.

A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes, devido ao colapso dos hospitais, o surto de epidemias e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.

Leia Também: Chefe dos serviços secretos israelitas demitiu-se

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