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Kosovo. Referendo para destituir autarcas termina com afluência reduzida

Quatro municípios do norte do Kosovo, onde se concentra a minoria sérvia do país, realizaram hoje um polémico referendo para destituir os presidentes de câmaras da maioria albanesa, com reduzida participação devido ao boicote maciço dos sérvios.

Kosovo. Referendo para destituir autarcas termina com afluência reduzida
Notícias ao Minuto

20:17 - 21/04/24 por Lusa

Mundo Kosovo

Segundo a Comissão Eleitoral Central do Kosovo, em 12 horas de votação, só 253 pessoas dos mais de 46.000 cidadãos convocados a exercer o seu direito de voto foram às urnas em Mitrovica, Zubin Potok, Leposavic e Zvecan.

Se a votação tivesse sido bem-sucedida, a consulta popular abriria caminho para novas eleições autárquicas, para pôr fim às tensões surgidas após as realizadas em abril de 2023, em que foram eleitos os presidentes de câmara albaneses apesar da afluência de apenas 3% dos eleitores, devido ao boicote sérvio.

Após o fracasso do escrutínio de hoje, outro poderá ser convocado para daqui a um ano.

Os sérvios são uma minoria no Kosovo, cuja população é maioritariamente composta por albaneses kosovares, mas nesses quatro municípios constituem mais de 90% da população local.

A principal formação política sérvia do Kosovo, a Lista Sérvia, apoiada pelo Governo populista de Belgrado, e outros partidos dessa minoria apelaram para o boicote do referendo, acusando o Governo de Pristina de impor condições de voto impossíveis de cumprir.

Para que a consulta fosse vinculativa, era exigida uma afluência superior a 50% e não era admitido o voto por correspondência, o que os sérvios encararam como difícil de alcançar, por considerarem exagerado o número de eleitores registados no recenseamento.

A União Europeia (UE) lamentou o boicote da votação, convocada após fortes pressões internacionais ao Governo nacionalista kosovar.

O Governo do Kosovo, que rejeitou os apelos internacionais para destituir os presidentes de câmara, aprovou em vez disso um referendo para iniciar um novo processo eleitoral, num procedimento complicado e de legalidade duvidosa, segundo analistas.

Com o seu boicote às urnas, os sérvios pretenderam também denunciar uma alegada privação dos seus direitos civis.

A Sérvia não reconhece a independência que a antiga província do Kosovo proclamou em 2008, uma década após a guerra do Kosovo (1998-1999) e depois da violenta repressão que os albaneses kosovares sofreram nos anos 1980 e 1990 às mãos das autoridades de Belgrado.

Leia Também: Pristina diz que oficial de polícia do Kosovo preso na Sérvia foi libertado

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