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Aumento da violência, um ano após início dos combates no Sudão

A ONU alertou hoje para a escalada de violência no Sudão, com as partes em conflito a continuarem a armar a população civil para se juntar aos combates, quando se assinala o primeiro aniversário da luta armada.

Aumento da violência, um ano após início dos combates no Sudão
Notícias ao Minuto

12:11 - 15/04/24 por Lusa

Mundo ONU

Segundo a agência de notícias Europa Press, o Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos da ONU, Volker Turk, referiu que "o povo sudanês passou por um sofrimento indescritível durante o conflito, caracterizado por ataques indiscriminados em zonas densamente povoadas, ataques com motivações étnicas e uma elevada incidência de violência sexual".

Turk referiu que a população já sofreu "imensamente" e que os últimos relatos de possíveis novos ataques representam um "risco alarmante" de "mais violações e abusos" contra civis, que também enfrentam uma crise humanitária cada vez mais grave.

"Para dar uma oportunidade a uma resolução pacífica do conflito, o número de intervenientes armados deve ser reduzido e não aumentado", afirmou Turk, na sequência de notícias recentes de que três grupos se juntaram às Forças Armadas Sudanesas, que, tal como as Forças de Apoio Rápido (RSF) paramilitares, estão a armar civis.

Turk advertiu, também, que a detenção de "civis proeminentes" e de líderes políticos é uma prática "contraproducente" que "deve ser abandonada". E apelou à libertação do antigo primeiro-ministro Abdullah Hamdok, uma vez que as acusações "não parecem ter fundamento".

"As autoridades sudanesas devem revogar imediatamente os mandados de captura de Hamdok e de outros líderes civis", bem como "dar prioridade às medidas de criação de confiança para conseguir um cessar-fogo, (...) seguido de uma resolução global do conflito e do restabelecimento do regime civil", afirmou.

Segundo a Europa Press, a ONU informou que, desde o início dos combates, há um ano, "milhares" de civis foram mortos, feridos, detidos arbitrariamente ou desaparecidos à força.

"Milhares de casas, escolas, hospitais e outras infraestruturas civis essenciais foram destruídas, mergulhando o país numa grave crise humanitária e criando a maior crise de deslocações do mundo", lamentou Turk.

"Mais de oito milhões de pessoas foram deslocadas das suas casas, mais de dois milhões das quais para países vizinhos. Cerca de 18 milhões de pessoas enfrentam uma grave insegurança alimentar, 14 milhões das quais são crianças, e mais de 70% dos hospitais já não estão a funcionar", afirmou.

O Alto Comissário para os Direitos Humanos apelou às partes para que garantam a segurança dos trabalhadores humanitários, de modo que estes possam realizar o seu trabalho, para que atuem no sentido de evitar mais sofrimento para a população civil e para que investiguem os casos de violação dos direitos internacionais.

Por último, Turk apelou às partes para que cooperem com o perito nomeado pela ONU sobre a situação dos direitos humanos no Sudão, Radhouane Nouicer, bem como com a missão de inquérito criada pelo Conselho dos Direitos do Homem da ONU.

O Sudão vive atualmente a pior vaga de deslocações do mundo, estando patente uma guerra que já custou a vida a cerca de 14.000 pessoas.

Com o início da época de escassez de alimentos, o conflito sudanês pode tornar-se a causa de uma das piores crises de fome do planeta, com 18 milhões de pessoas em situação difícil e cinco milhões à beira da fome, segundo a ONU.

Leia Também: UE espera mais fundos para combater crise humanitária no Sudão

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