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Equador disponível para restaurar relações com México

O Equador está disponível para "restabelecer as relações" com o México, desde que a sua soberania seja respeitada, garantiu hoje a ministra dos Negócios Estrangeiros equatoriana, Gabriela Sommerfeld, na sequência da crise diplomática entre os dois países.

Equador disponível para restaurar relações com México
Notícias ao Minuto

06:44 - 09/04/24 por Lusa

Mundo México

A intrusão da polícia equatoriana na embaixada mexicana em Quito para deter o ex-vice-presidente equatoriano acusado de corrupção Jorge Glas, que ali se refugiara, causou o corte das relações diplomáticas entre o México e o Equador, bem como condenações internacionais.

A situação "pode resolver-se à volta de uma mesa, onde ambas as partes devem dizer a verdade e, a partir dessa verdade, começar a resolver e a reconstruir as coisas", frisou a ministra.

"Estamos abertos a restaurar relações, respeitando ao mesmo tempo a soberania do nosso país", acrescentou Sommerfeld, em entrevista a um canal de televisão local.

Para a chefe da diplomacia equatoriana, "ambos os países foram afetados", mas "o Equador recebeu provocações", frisou.

Gabriela Sommerfeld apontou, em particular, uma declaração do Presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador que "questiona a legitimidade das últimas eleições" no Equador.

"Põe em causa as nossas eleições livres e democráticas e, acima de tudo, põe em causa um luto nacional que ainda carregamos" o assassinato do candidato centrista Fernando Villavicencio em agosto de 2023, poucos dias antes das eleições presidenciais, destacou ainda.

O México anunciou o corte das relações diplomáticas com o Equador, seguido pela Nicarágua. O ataque foi condenado por governos de esquerda na América Latina, do Brasil à Venezuela, Chile e até mesmo à Argentina do Presidente ultraliberal Javier Milei, bem como pela Organização dos Estados Americanos, pela União Europeia (UE), incluindo Portugal e Espanha.

A ministra dos Negócios Estrangeiros mexicana, Alicia Bárcena, pediu hoje calma diante do conflito com o Equador, prometendo que não agirá de forma semelhante contra o Governo equatoriano.

A chefe da diplomacia mexicana lembrou que o seu país vai denunciar o Equador perante o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) e perante o secretário-geral da ONU, António Guterres.

Bárcena lembrou ainda o pedido das autoridades mexicanas para que "as manifestações, se ocorrerem, sejam pacíficas".

E apontou também que não havia embaixador equatoriano no México desde antes do início desta crise, na semana passada, porque o Equador não nomeou ninguém.

O México encerrou indefinidamente a sua sede diplomática em Quito e o Equador retirou os seus funcionários da embaixada na Cidade do México, mas manteve os seus consulados abertos.

Quito afirma que o asilo concedido ao ex-vice-presidente, de 54 anos, foi ilícito.

A advogada de Glas, Sonia Vera, disse à agência France-Presse (AFP) que o seu cliente foi sequestrado durante a operação e que esperava que o ex-braço direito do Presidente socialista Rafael Correa (2007-2017) fosse "reintegrado como requerente de asilo diplomático".

Glas, de 54 anos, foi transferido no sábado para uma prisão de segurança máxima em Guayaquil (sudoeste do Equador).

Sobre o ex-vice-presidente pendia um mandado de localização e de prisão preventiva por um caso de alegado desvio de fundos públicos no processo de reconstrução da província costeira de Manabí, devastada por um forte terramoto em abril de 2016.

Glas devia também regressar à prisão para terminar de cumprir uma pena de oito anos por duas condenações definitivas de associação ilícita (relacionada com o esquema de subornos da construtora brasileira Odebrecht) e de suborno (pelo financiamento ilegal do seu movimento político).

Leia Também: Reino Unido condena ataque de forças equatorianas à embaixada do México

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