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Governo colombiano suspende cessar-fogo com grupo dissidente das FARC

O Governo colombiano suspendeu hoje o cessar-fogo bilateral com o Estado-Maior Central (EMC), principal grupo dissidente das FARC, depois de o grupo ter atacado no sábado uma comunidade indígena no sudoeste do país, ferindo três pessoas.

Governo colombiano suspende cessar-fogo com grupo dissidente das FARC
Notícias ao Minuto

23:58 - 17/03/24 por Lusa

Mundo Colômbia

O ministro da Defesa, Iván Velásquez, ordenou "a suspensão do Cessar-Fogo Bilateral e Temporário de Caráter Nacional com Impacto Territorial (CFBTNT) entre o Governo Nacional e o Estado-Maior Central das FARC-EP nos departamentos de Nariño, Cauca e Valle do Cauca", de acordo com o decreto assinado por aquele membro do Executivo colombiano, citado pela agência EFE.

Ainda de acordo com o mesmo documento, foi dada ordem para "o reinício das operações militares ofensivas e das operações policiais a partir das 00:00 de 20 de março de 2024 contra as estruturas do Estado-Maior Central das FARC-EP" naqueles três departamentos do país sul americano.

O Governo colombiano e o EMC estão envolvidos em negociações de paz desde o ano passado, na sequência das quais, em 17 de outubro, iniciaram um cessar-fogo bilateral e temporário, que foi prorrogado em janeiro por seis meses, até 15 de julho.

A suspensão do cessar-fogo aplica-se a três departamentos do Pacífico colombiano onde o EMC tem uma forte presença, principalmente através da coluna de Dagoberto Ramos e a frente de Carlos Patiño.

O ataque de sábado foi cometido por elementos armados do grupo de Dagoberto Ramos no povoado de La Bodega, em Toribío (Cauca), quando a comunidade local tentou impedir que membros do grupo armado levassem um menor indígena, segundo a Associação de Conselhos Indígenas de Toribío, Tacueyó e San Francisco.

"A resposta dos criminosos, sem uma palavra, foi atirar indiscriminadamente contra a comunidade", deixando Carmelina Yuli Paví, guarda e líder do povo Nasa de Toribío, e Rodrigo Ul Musicué, membro da comunidade, gravemente feridos, enquanto uma terceira pessoa foi atingida de raspão por uma bala, disseram os conselhos.

Paví acabou por morrer hoje, sucumbindo à gravidade dos ferimentos, de acordo com Associação de Conselhos Indígenas do Cauca Norte (ACIN), que classificou a morte da mulher de 52 anos, "capitã da sua aldeia" como um "crime contra a humanidade" que "não pode ficar impune".

O Presidente colombiano, Gustavo Petro, descreveu o sucedido como uma violação do cessar-fogo bilateral.

A associação indígena afirmou ainda que ataques como o de sábado, perpetrados por um grupo que está a negociar a paz com o governo, "levam ao extermínio físico e cultural das comunidades".

Por esta razão, pediram "ao Governo nacional que suspenda o cessar-fogo bilateral assinado com o Estado Maior Central das dissidências das FARC, porque não podem sentar-se à mesa do diálogo enquanto nos territórios continuam a cometer crimes contra a humanidade".

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