Morreu Pigcasso, o porco pintor que rendeu quase um milhão de euros com as suas obras de arte, depois de ter sido resgatado de uma quinta industrial em maio de 2016, poucas semanas antes de ser enviada para o matadouro, na África do Sul.

O anúncio foi feito esta quinta-feira pela dona do animal, Joanne Lefson, nas suas redes sociais.

"É com muita tristeza que constatamos o falecimento de uma figura tão inspiradora para o bem-estar dos animais, mas também celebramos uma vida bem vivida e a profunda diferença que ela fez", afirmou a dona citada pelo Daily Mail.

Nas suas redes sociais, Joanne destaca que a vida de Pigcasso "foi simplesmente extraordinária".

"A tua vida fez a diferença no mundo. Não só desafiaste a fraternidade artística, como também inspiraste milhões de pessoas a reconhecerem os animais de criação como indivíduos sensíveis que são - cada um deles digno da nossa empatia e compaixão. Continuo a ter muita sorte por ter colaborado com a pessoa inteligente, gentil, criativa e extraordinária que eras. O teu legado para criar um mundo mais gentil e sustentável para todos vive em Pigcasso - assim como o nosso profundo respeito, apreço e gratidão por aqueles de nós que tiveram a sorte de fazer parte da tua notável jornada", escreveu ainda a proprietária do suíno, numa mensagem emocionada dirigida ao animal.

Pigcasso, de oito anos, sofria de artrite reumatoide crónica. A "sua condição física deteriorou-se rapidamente desde setembro do ano passado".

"No início de outubro, ambas as pernas traseiras ficaram mancas devido à calcificação da parte inferior da coluna, agravada pela artrite", revelou Joanne ao jornal britânico.

Após ser salvo do matadouro, Pigcasso foi levado para a Farm Sanctuary, uma fundação sem fins lucrativos que oferece um lugar seguro para animais de quinta resgatados em Franschhoek.

Desde então, entre outras atividades, Pigcasso dedicava parte dos seus dias à pintura. Segurando os pincéis com a boca, ia deixando a sua veia artística expressar-se de forma abstrata, imprimindo na tela toda a sua inspiração.

O animal ficou mundialmente conhecido desde 2018, altura em que se tornou o primeiro artista animal a apresentar uma exposição individual de arte, realizada na Cidade do Cabo. Desde então, organizou exposições por todo o mundo, nomeadamente nos Países Baixos, na Alemanha, em França, na China e no Reino Unido.

Pigcasso angariou mais de 1 milhão de dólares - cerca de 910 mil euros - com a venda das suas obras de arte, o que faz dele o artista não-humano mais bem sucedido da história.

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