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ONG denuncia transferência de 30 presos políticos para norte da Venezuela

A organização não-governamental (ONG) Foro Penal (FP) denunciou hoje que pelo menos 30 presos políticos foram transferidos para um estabelecimento prisional no estado de Miranda, no norte da Venezuela.

ONG denuncia transferência de 30 presos políticos para norte da Venezuela
Notícias ao Minuto

20:48 - 20/02/24 por Lusa

Mundo Prisão

De acordo com a ONG, os reclusos foram transferidos da sede dos serviços secretos militares venezuelanos para a prisão comum de El Rodeo I, no estado de Miranda.

A denúncia foi feita através da rede social X (antigo Twitter) onde o FP explicou que entre os presos políticos transferidos encontra-se o tenente-coronel do exército Igbert Marín Chaparro, que foi condenado a sete anos e dois meses de prisão pelos crimes de instigação à rebelião, contra o decoro militar e traição à pátria.

Segundo a ONG, Marín Chaparro fez duas greves de fome para exigir melhores condições de prisão e respeito pelos seus direitos.

Na mesma rede social, o FP afirmou que desconhece os motivos da transferência e exigiu que seja garantida a integridade física e o devido processo legal dos presos políticos.

Por outro lado, a dirigente política, advogada e ativista dos Direitos Humanos, Delsa Solórzano, usou a rede social X para advertir que as transferências "podem afetar ainda mais a condição física dos presos de consciência".

"Perante a possibilidade de transferências em massa de presos políticos para prisões comuns como Yare e El Rodeo, para além das nossas considerações sobre as péssimas condições de detenção, devemos alertar para o facto de vários deles terem graves problemas de saúde", prosseguiu a ativista.

Delsa Solórzano sublinhou ainda que cidadãos "que deveriam estar em liberdade estão privados da sua liberdade por motivos políticos e agora estão em risco de serem transferidos para prisões comuns", onde, segundo frisou, "não podem ser visitados por familiares ou advogados" o que "dificulta a sua assistência e alimentação".

"É evidente que esta é uma das razões pelas quais os funcionários do escritório do alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos foram expulsos da Venezuela", referiu a representante, numa alusão a uma recente decisão do Governo venezuelano que, na quinta-feira passada, suspendeu as atividades de assessoria de Volker Türk, alegando posições "claramente parciais e tendenciosas", e deu 72 horas aos 13 funcionários para abandonarem o país.

Outra ONG, a Encuentro Ciudadano, denunciou que entre os transferidos está também o general Héctor Hernández da Costa.

"Esta transferência terá sido efetuada sem lhe permitir levar os seus medicamentos, apesar da delicada situação de saúde em que se encontra. A sua família e advogados não foram notificados", denunciou a Encuentro Ciudadano também na rede social X.

Segundo os dados fornecidos pelo Foro Penal, a Venezuela tem atualmente 263 presos por motivos políticos, 19 mulheres e 244 homens, divididos em 116 civis e 147 militares, todos adultos.

Leia Também: Dezanove mulheres estão presas por motivos políticos na Venezuela

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