Numa conferência de imprensa conjunta que marcou o fim de uma cimeira de dois dias, o Presidente do Irão, Masoud Pezeshkian, e o primeiro-ministro do Paquistão, Shehbaz Sharif, expressaram o compromisso de atingir "o mais depressa possível" o novo objetivo comercial, considerado estratégico para impulsionar duas economias fortemente afetadas por crises internas e pressões externas.
Durante o encontro, foram assinados memorandos de entendimento que abrangem áreas como ciência, tecnologia e facilitação do comércio nos pontos fronteiriços entre os dois países.
Entre os temas em destaque esteve ainda o futuro do gasoduto Irão-Paquistão, um projeto crucial para a segurança energética paquistanesa, mas travado pela possibilidade de sanções norte-americanas.
O Paquistão procura uma solução que lhe permita avançar na construção deste gasoduto sem incorrer em penalizações, evitando também uma multa de 18 mil milhões de dólares (cerca de 15,5 mil milhões de euros), por incumprimento contratual com o Irão.
O primeiro-ministro paquistanês aproveitou ainda para condenar o ataque israelita a instalações nucleares iranianas, ocorrido em 13 de junho, num gesto de "solidariedade" com o Irão.
Esta aproximação entre os dois países acontece num contexto de elevada tensão no Médio Oriente e é encarada como uma tentativa de projetar uma imagem de unidade e autonomia regional face às pressões dos Estados Unidos.
A visita do chefe de Estado iraniano marca o culminar de um processo de reaproximação diplomática, iniciado após a grave crise fronteiriça de janeiro de 2024, quando os dois países chegaram a trocar ataques militares.
O desanuviamento das relações teve início com a visita do então presidente iraniano Ebrahim Raisi, em abril desse ano, e é agora consolidado com o novo encontro.
Leia Também: Irão nega acusações sobre operações em países estrangeiros