Um homem de 33 anos foi condenado a prisão perpétua pelo homicídio da sua filha adotiva, que tinha 2 anos na altura da sua morte.
Segundo a BBC, Jan Gholami foi condenado nesta sexta-feira no Tribunal da Coroa de Maidstone, no Reino Unido, pelo homicídio. Foi também considerado culpado de um crime de crueldade contra uma criança.
O caso remonta a 27 de maio de 2020, quando a bebé, Zahra Ghulami, foi levada para uma unidade hospitalar com graves lesões na cabeça, infligidas na casa onde vivia, em Gravesend, Reino Unido. Gholami e a mulher foram detidos nesse mesmo dia.
A bebé acabou por morrer dois dias depois, concluindo uma investigação que as lesões foram provavelmente causadas por ter sido atirada para o chão, ou contra uma parede. A mesma investigação descobriu sinais de lesões anteriores, incluindo uma fratura no crânio e outra num braço e num ombro.
A justiça concluiu que Jan Gholami tratava "habitualmente" as mulheres da sua família de "maneira brusca". O homem deverá cumprir pelo menos 23 anos e seis meses de prisão antes de poder requerer a sua libertação.
"Condeno-o, não com base no facto de que o ataque fatal foi isolado, mas sim no facto de que foi o culminar da maneira brusca como habitualmente tratava os membros femininos da sua família", disse o juiz responsável pelo caso.
O magistrado revelou que, em vez de procurar ajuda imediatamente a seguir às lesões, o homem decidiu sair de casa e ir ao supermercado enquanto a bebé lutava pela vida. "Fez isso enquanto a Zahra estava no chão a lutar pela sua vida. Se houvesse alguma esperança de salvá-la, as suas ações tornavam menos provável que ela sobrevivesse", acrescentou.
Roqia Ghulami, a mulher do agora condenado, foi sentenciada a dois anos de prisão após ser considerada culpada de um crime de crueldade contra uma pessoa menor de 16 anos.
"[A Roqia] estava num relacionamento abusivo, tinha deixado recentemente o Afeganistão e não tinha apoio fora dele. Apesar disso, sabia que o seu dever como mãe era proteger a sua filha de tudo e de todos, e isso incluía seu marido", disse o juiz à mulher, afirmando que o seu "crime" foi "assegurar o sofrimento da filha".
O casal - que negou todas as acusações - adotou Zahra no Afeganistão, onde viveram antes de se mudarem para o Reino Unido.
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