Cuba e Coreia do Sul restabelecem relações diplomáticas
Cuba, aliado histórico da Coreia do Norte, anunciou hoje o reestabelecimento das relações diplomáticas com a Coreia do Sul através de um comunicado do ministério dos Negócios Estrangeiros.
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Mundo Diplomacia
"Em 14 de fevereiro de 2024 foram estabelecidas relações diplomáticas e consulares entre a República de Cuba e a República da Coreia", segundo o ministério cubano, que precisou que o novo capítulo nas relações ocorreu na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, através de uma troca de notas diplomáticas entre as representações.
As relações diplomáticas entre Seul e Havana estabelecidas em 1949 foram interrompidas com a revolução castrista de 1959, tendo Cuba privilegiado então a Coreia do Norte, com contactos oficiais desde a década de 1960.
Apesar da ausência de relações diplomáticas, Cuba e a Coreia do Sul, a décima potência económica mundial, mantêm relações comerciais há vários anos, designadamente nos setores automóvel, equipamento eletrónico e telecomunicações móveis, segundo um estudo publicado em 2021 pelo Centro Internacional de Investigação de Políticas, uma organização de investigação cubana.
Desde 2005, um escritório sul-coreano de promoção de investimentos comerciais abriu uma representação permanente em Havana, tendo concedido a Cuba uma linha de crédito de 70 milhões de dólares, lê-se no mesmo estudo.
Quanto ao conflito entre Pyongyang e Seul, Havana sempre se manifestou a favor de uma solução negociada para a península coreana, dividida em dois desde o final da Segunda Guerra Mundial.
O presidente cubano Miguel Diaz-Canel encontrou-se com o líder norte-coreano Kim Jong Un em Pyongyang, em 2018. No mesmo ano, dois altos dignitários norte-coreanos visitaram Havana.
Nesta ocasião, foram celebradas as "excelentes relações entre os dois povos, partidos e governos" baseadas na "relação histórica entre" Kim Il Sung, o líder norte-coreano falecido em 1994, e Fidel Castro, o líder da revolução cubana, que morreu em 2016.
No início do mês, o ministério sul-coreano da Unificação afirmou que o seu vizinho do Norte está a permitir a entrada de representantes diplomáticos de países com "tradição histórica de amizade socialista" e com uma "postura antiamericana".
Citado pelo site especializado NK News, fonte do ministério justificava, assim, as recentes chegadas à Coreia do Norte de diplomatas da China, Mongólia e Cuba.
Segundo os meios de comunicação estatais da Coreia do Norte, o último diplomata estrangeiro a assumir a sua posição em Pyongyang, foi o cubano Eduardo Luis Correa Garcia.
No início deste ano, nove países tinham embaixadas a funcionar em Pyongyang, uma vez que muitos elementos saíram da Coreia do Norte devido às rigorosas restrições impostas a partir de janeiro de 2020.
A Península da Coreia, no nordeste da Ásia, está dividida entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul, que travaram uma guerra entre 1950 e 1953.
Pyongyang e Seul continuam tecnicamente em guerra, dado que nunca assinaram um acordo de paz, embora um armistício tenha permitido cessar os combates.
Nas últimas semanas, Kim Jong-un designou o Sul como o "principal inimigo" do seu país, dissolveu agências governamentais dedicadas à reunificação e aos contactos com Seul e ameaçou declarar guerra se o seu vizinho invadir o seu território, "nem que sejam milímetros".
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