A juíza de instrução Marisa Mosseti, do tribunal de Roma, reconheceu a "falta de competência" do tribunal no caso e a aplicação do princípio da imunidade diplomática para os dois acusados de homicídio, Rocco Leone e Mansour Luguru Rwagaza, segundo a agência noticiosa ADNKronos, citada pela Europa Press.
"Há uma forte deceção e amargura. Tomamos nota da sentença e aguardamos os próximos passos da procuradoria", disse o representante legal da família do italiano Vittorio Iacovacci, um militar que também foi morto durante o ataque.
A Procuradoria de Roma anunciou pouco depois que irá recorrer da decisão, precisamente devido à disputa sobre a imunidade diplomática dos dois funcionários da agência da ONU. O advogado de defesa de Leone congratulou-se com a decisão.
Um tribunal congolês condenou seis pessoas a prisão perpétua, em abril de 2023, pelo ataque contra o embaixador Luca Attanasio, que foi morto em 22 de fevereiro de 2021 durante um assalto de homens armados a um comboio do PAM que viajava sem escolta através do parque Virunga no Kivu do Norte, no leste da República Democrática do Congo (RDCongo).
As autoridades congolesas atribuíram o ataque, que também matou um trabalhador do PAM, ao grupo rebelde Forças Democráticas para a Libertação do Ruanda, formado em 2000 por rebeldes hutus e milicianos ruandeses que fugiram depois de terem participado no genocídio de 1994 no Ruanda.
No entanto, o grupo negou o facto e, por sua vez, culpou os exércitos da RDCongo e do Ruanda. O PAM sublinhou então que o incidente "teve lugar numa estrada que tinha sido previamente aprovada para viajar sem uma escolta de segurança".
O juiz congolês William Assani, que conduzia a investigação sobre o assassinato do embaixador italiano, foi morto em março de 2021 quando o veículo em que viajava foi emboscado numa estrada entre a cidade de Rutshuru e Goma.
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