Manifestantes na República Democrática do Congo (RDCongo) foram atingidos pelas autoridades com gás lacrimogéneo durante uma manifestação em Kinshasa, de forma a dispersá-los, nesta segunda-feira.
Os manifestantes protestavam contra os governos de países ocidentais, conta a BBC, acusando-os de falhar em utilizar a sua influência sobre o vizinho Ruanda, que é acusado de apoiar o grupo rebelde M23 ('Movimento 23 de Março').
Os manifestantes queimaram bandeiras dos Estados Unidos e da Bélgica, junto a várias embaixadas da capital da RDCongo, ao longo do fim de semana.
"Os ocidentais estão por trás da pilhagem do nosso país. O Ruanda não trabalha sozinho, por isso devem deixar o nosso país", disse Pepin Mbindu, que se juntou ao protesto, citado pela agência de notícias Reuters.
A embaixada do Reino Unido, por exemplo, foi protegida ao longo desta segunda-feira por mais de 50 agentes da autoridade. As representações dos EUA e da França, por sua vez, também foram protegidas por dezenas de agentes.
Esta manhã, a presença policial foi reforçada em vários locais e as escolas estrangeiras foram encerradas, assim como muitas lojas no centro de Kinshasa, onde continuam as marchas de dezenas de jovens e a queima de pneus nas estradas.
Há mais de dois anos que a província oriental do Norte do Kivu é palco de uma rebelião liderada pelo M23 que, com o apoio de unidades do exército ruandês, se apoderou de vastas áreas do território.
Os combates intensificaram-se recentemente em torno de Goma, a capital da província, no leste do país.
Leia Também: RDCongo. Pelo menos 3 mortos na explosão de bomba em campo de refugiados