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Suspensa associação de defesa da liberdade de imprensa do Afeganistão

A organização afegã de defesa da liberdade de imprensa Nai suspendeu temporariamente as suas operações no país, perante a pressão do governo talibã.

Suspensa associação de defesa da liberdade de imprensa do Afeganistão
Notícias ao Minuto

14:10 - 27/01/24 por Lusa

Mundo Afeganistão

Após quase 20 anos de atividade, o líder da organização, Abdul Muyib Jalwatgar, lamentou a "situação política e as difíceis condições do regime talibã" que "levaram à suspensão temporária das atividades no Afeganistão".

"A minha pátria está a atravessar dias difíceis", acrescentou Jalwatgar na declaração, encerrando as atividades de uma organização que, desde a sua fundação em 2004, se dedicou a defender o trabalho dos órgãos de comunicação social.

A existência da Nai não foi bem acolhida pelos dirigentes talibãs, como o demonstram as declarações proferidas no passado pelo seu principal porta-voz e Vice-Ministro da Informação, Zabiullah Mujahedid, que indicou que a Nai não estava autorizada a comentar a situação dos meios de comunicação social no país, uma vez que não era reconhecida como uma organização legítima.

O regresso dos talibãs ao poder no Afeganistão conduziu a uma perda progressiva de títulos e ataques à liberdade de imprensa, com dezenas de meios de comunicação social a desapareceram e a presença de mulheres jornalistas a diminuir, de acordo com um relatório do Sindicato Nacional de Jornalistas publicado em meados do ano passado.

Dos mais de 90 jornais impressos que estavam à venda antes da tomada de Cabul pelos Talibãs, em 15 de agosto de 2021, restam apenas 11, enquanto o número de estações de televisão e de rádio diminuiu mais de 50%, assim como o número de trabalhadores dos meios de comunicação social.

Além disso, enquanto há dois anos um quarto dos jornalistas eram mulheres, em agosto de 2023 elas representavam apenas 15% da profissão, o que demonstra as restrições que os talibãs têm vindo a impor a toda a sociedade.

Sete jornalistas perderam a vida e 26 foram presos nos últimos anos, que também foram marcados por queixas, assédio e intimidação, de acordo com o sindicato, que vê uma margem de manobra cada vez menor para aqueles que se atrevem a continuar a exercer a profissão.

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