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Académico palestiniano sugere conferência para estabelecer Estado em 2024

O académico palestiniano Yezid Sayigh sugeriu hoje a realização de uma conferência de paz no próximo ano para estabelecer o Estado da Palestina, que teria de ser aceite por Israel.

Académico palestiniano sugere conferência para estabelecer Estado em 2024
Notícias ao Minuto

19:10 - 13/12/23 por Lusa

Mundo Palestina

Sayigh, investigador no centro de estudos sobre o Médio Oriente Malcolm H. Kerr Carnegie, sediado em Beirute, Líbano, defendeu uma "rutura radical e corajosa com o modelo dos últimos 25 anos por parte das potências ocidentais". 

"Com isto quero dizer algo como convocar uma conferência de paz em 2024, com o objetivo específico e exclusivo de estabelecer o Estado Palestiniano com todas as implicações diplomáticas, jurídicas e outras que o Governo de Israel, seja ele quem for, devidamente eleito, teria de aceitar com esse facto internacional", propôs.

Sayigh falava num seminário organizado hoje pelo Instituto de Relações Internacionais Chatham House dedicado a discutir a questão "Israel-Palestina: O que se segue para os palestinianos?".

Segundo este académico, que também exerceu nas universidades de Oxford e Cambridge, é necessária "este tipo de ação corajosa para sair da atual situação de violência". 

Tahani Mustafa, analista especialista na questão da Palestina da organização International Crisis Group, também referiu a desilusão dos palestinianos com os países ocidentais para liderar o processo de paz.

"A comunidade internacional procura uma administração que possa proporcionar os níveis tecnocráticos de governação, como a saúde e a educação, mas não percebe que os palestinianos querem e precisam de líderes legítimos. Querem uma liderança que os defenda", afirmou a palestiniana, outra das participantes do seminário.

Na sua opinião, soluções como entregar a administração da Faixa de Gaza (território controlado pelo grupo islamita palestiniano Hamas desde 2007) à Autoridade Palestiniana, criar uma missão específica da ONU ou formar outro tipo de administração transitória dificilmente serão bem acolhidas.

Tahani Mustafa vincou a necessidade de "algum tipo de processo político e de reconciliação com o Hamas", o qual acredita que não vai desaparecer porque "não é apenas um grupo armado, é um movimento político".

Amjad Iraqi, editor da publicação +975 Magazine, concordou que os países ocidentais "não têm, de facto, credibilidade" atualmente na região e argumentou que os palestinianos, desde as bases à liderança política, devem ser escutados sobre "como veem o seu caminho para a liberdade, a sua visão da autodeterminação".

Em vez de apressar uma solução, disse o editor, "a questão fundamental é a recalibração do poder e a forma como se discute a melhoria dos direitos dos palestinianos, que não devem ser filtradas através de como os israelitas pensam que os palestinianos devem viver".

"Precisam de ser ouvidos como iguais para decidir o destino do conflito e não como subsidiário ou como uma reflexão posterior, que é, infelizmente, a forma como grande parte da política ocidental tem sido feita", vincou este académico palestiniano.

O seminário realizou-se um dia depois de 153 países terem votado na Assembleia-Geral da ONU a favor de um cessar-fogo humanitário imediato na Faixa de Gaza, território bombardeado pelas forças israelitas há várias semanas em resposta ao ataque do movimento islamita Hamas em 07 de outubro no sul de Israel que resultou em 1.200 mostos, na sua maioria civis, e mais de 200 reféns.

Os dados atualizados das autoridades de Gaza apontam para mais de 18 mil mortos e 50 mil feridos no enclave palestiniano.

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