A defesa do ex-presidente dos EUA Donald Trump instou o juiz Arthur Engoron na quinta-feira a parar o caso com efeitos imediatos, argumentando que tinha prejudicado irremediavelmente o direito do republicano a um julgamento justo por "desvios surpreendentes dos padrões normais de imparcialidade".
Citaram as suas decisões contra o seu cliente, o proeminente papel do oficial de justiça chefe, as doações políticas do funcionário judicial e a partilha de artigos sobre o caso pelo juiz, com antigos colegas da escola secundária.
"O meu oficial de justiça principal não faz sentenças nem emite ordens, eu sim", escreveu Engoron, acrescentando: "as minhas sentenças são minhas e apenas minhas".
Rejeitou ainda que a partilha de artigos através de uma 'newsletter' da escola secundária interfira com a sua imparcialidade e profissionalismo no caso, o qual, recordou, acompanha há mais de três anos, e que pretende concluir.
A advogada de Trump Alina Habba divulgou um comunicado no qual se lia que, "conforme esperado, o tribunal recusou hoje assumir responsabilidades pelo seu falhanço a presidir este caso de forma imparcial e sem enviesamento", mas garantindo que se manteriam "firmes e a continuar a lutar pelo direito dos seus clientes a um julgamento justo".
O processo desencadeado pela procuradora-geral Letitia James alega que Trump, a sua empresa e executivos de topo inflacionaram a sua fortuna em milhares de milhões de dólares nas suas declarações financeiras, entregues a bancos, seguradoras e outras entidades para garantir empréstimos e concretizar negócios.
Trump e os outros arguidos declararam-se inocentes.
Trump, favorita à nomeação presidencial para 2024 no Partido Republicano, vem desde há muito a queixar-se da procuradora-geral, do juiz do processo e da sua oficial de justiça principal, Allison Greenfield, todos do Partido Democrata.
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