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Zimbabué declara estado de emergência em Harare devido a surto de cólera

As autoridades do Zimbabué declararam o estado de emergência na capital do país, Harare, devido a um surto de cólera, com milhares de casos suspeitos e dezenas de mortos.

Zimbabué declara estado de emergência em Harare devido a surto de cólera
Notícias ao Minuto

14:13 - 17/11/23 por Lusa

Mundo Zimbabué

"Declarámos o estado de emergência por causa da cólera", afirmou o presidente da Câmara de Harare, Ian Makoni, que atribuiu a situação à "falta de abastecimento de água adequada na cidade", conforme noticiou o jornal do Zimbabué.

"Muita gente recorreu a poços contaminados. O que estamos a ver foi o que aconteceu em 2008, durante o surto de cólera que fechou a cidade e o país. [Agora] O surto de cólera regressou com força total", destacou.

A Federação Internacional da Cruz Vermelha afirmou recentemente que o surto começou em fevereiro na cidade de Chegutu, na província de Mashonaland Oeste, com cerca de 6.685 casos suspeitos e 136 mortes, o que representa uma taxa de mortalidade superior a dois por cento.

"Devido à elevada taxa de transmissão, a doença está a afetar pessoas em múltiplas áreas geográficas", afirmou aquela entidade num relatório recente, com casos em 45 dos 62 distritos das dez províncias do país africano. "Os números estão a aumentar e podem ser esperadas transmissões transfronteiriças", alertou.

O Zimbabué é um país vizinho de Moçambique, que em 13 de novembro anunciou que as autoridades sanitárias moçambicanas confirmaram que na semana anterior registaram-se mais 388 casos de cólera no país, num surto que desde setembro de 2022 já provocou 150 mortos, segundo dados oficiais.

De acordo com o mais recente boletim sobre a progressão da doença, elaborado pela Direção Nacional de Saúde Pública naquele dia, o surto de cólera em Moçambique já regista um acumulado de 36.930 casos, de 14 de setembro de 2022 até 11 de novembro de 2023.

Em 06 de novembro estavam contabilizados 36.542 casos da doença, segundo dados dos boletins de saúde anteriores.

Na última semana, as províncias mais afetadas foram a Zambézia (mais 174 doentes), Tete (104) e Cabo Delgado (102).

No acumulado desde 14 de setembro de 2022, a província da Zambézia continua a ser a mais afetada, com um total de 14.111 casos da doença e 38 mortos, seguida de Sofala, com 7.527 casos e 30 mortos, Tete, com 3.852 casos e 24 mortos, e Niassa, com 3.501 casos e 25 mortos.

O Governo moçambicano já tinha anunciado, entretanto o envio de brigadas para quatro províncias do país afetadas pela cólera, visando monitorizar a situação e procurar soluções para travar a doença, um dia depois do anúncio de surtos em alguns distritos.

Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, situação que agrava a resistência de infraestruturas e serviços que permitam evitar a doença.

A cólera é uma doença diarreica aguda causada pela ingestão de alimentos ou água contaminados com o 'bacillus vibrio cholerae', conforme realça a Organização Mundial da Saúde (OMS) no seu site, onde sublinha que "a cólera continua a ser uma ameaça para a saúde pública" e "um indicador de desigualdade e falta de desenvolvimento social".

Leia Também: União Africana pede fim das sanções da UE ao Zimbabué

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