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Biden considera Xi "ditador" após concordarem manter linha de comunicação

O Presidente norte-americano saudou, na quarta-feira, poder falar com o homólogo chinês "direta e imediatamente" em caso de crise, apesar de ter considerado Xi Jinping "um ditador".

Biden considera Xi "ditador" após concordarem manter linha de comunicação
Notícias ao Minuto

06:45 - 16/11/23 por Lusa

Mundo Joe Biden

No final de uma reunião entre ambos, na Califórnia, Joe Biden disse que os dois líderes concordaram em "manter abertas as linhas de comunicação".

"Concordámos que cada um de nós podia pegar no telefone, ligar diretamente e ser ouvido imediatamente", salientou Biden, na conferência de imprensa no final do encontro.

O Presidente norte-americano admitiu que as negociações com o homólogo chinês foram "das discussões mais construtivas e produtivas" que alguma vez tiveram.

Questionado sobre se confia em Xi, Biden disse: "Confie, mas verifique, como diz o velho ditado. É onde estou", descrevendo a relação entre as duas potências como competitiva.

"Eu conheço o homem, conheço o seu 'modus operandi', olhei-o nos olhos - temos divergências. Ele tem uma visão diferente da minha sobre muitas coisas, mas tem sido honesto. Não quero dizer que seja bom, melhor, indiferente, apenas direto", considerou. 

Contudo, apesar da aparente evolução da relação entre ambos, após a reunião de mais de quatro horas, Biden continuou a considerar o homólogo chinês "um ditador".

Já a terminar a conferência de imprensa, uma jornalista perguntou ao chefe de Estado se ainda considerava Xi "um ditador".

"Ele é um ditador no sentido de que é um homem que lidera um país que é comunista", disse Biden, acrescentando que o Governo chinês "é totalmente diferente" do norte-americano.

Numa angariação de fundos para a campanha para as eleições de 2024, em junho passado, Biden chamou pela primeira vez Xi de "ditador", o que causou grande agitação no gigante asiático.

Na reunião de quarta-feira, à margem do fórum da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), os dois líderes concordaram em trabalhar em conjunto para reduzir a produção ilícita de fentanil, retomar as comunicações militares, iniciar um diálogo intergovernamental sobre inteligência artificial e acrescentar voos diretos entre os dois países.

Sobre a polémica questão de Taiwan, uma fonte de tensão entre Washington e Pequim, Biden disse que deixou "claro não esperar qualquer interferência" nas próximas eleições presidenciais de Taiwan, agendadas para janeiro.

O Presidente frisou o compromisso com a política de "Uma Só China".

"Reiterei o que disse desde que me tornei Presidente, e o que todos os Presidentes anteriores disseram recentemente: mantemos um acordo de que existe uma política de 'Uma China'", disse Biden, acrescentando que "isso não vai mudar".

De acordo com a Casa Branca, Joe Biden também aproveitou para levantar preocupações sobre os "abusos dos direitos humanos" da China em Xinjiang, Tibete e Hong Kong.

Os dois líderes dividiram o tempo que passaram juntos entre uma reunião, um almoço de trabalho e uma curta caminhada, numa bucólica propriedade rural nos arredores de São Francisco.

"Passei mais tempo com o Presidente Xi do que com qualquer outro líder internacional", sublinhou Joe Biden.

Quando os dois eram vice-Presidentes, passaram 68 horas cara a cara para se conhecerem, lembrou.

Na conferência de imprensa, Joe Biden abordou ainda o conflito entre Israel e o Hamas, acusando o grupo islamita de cometer um "crime de guerra" ao operar o que os Estados Unidos e Israel afirmam ser um centro de comando no hospital Al-Shifa, em Gaza.

O Presidente norte-americano disse que discutiu a situação perigosa no hospital, o maior de Gaza, durante a reunião com Xi Jinping.

"Há uma circunstância em que o primeiro crime de guerra está a ser cometido pelo Hamas, ao ter o quartel-general e os militares escondidos debaixo de um hospital. E isso é um facto. Foi isso que aconteceu", disse, aos jornalistas.

Biden afirmou que, de momento, não fixou um prazo para pedir ao exército israelita que cesse a invasão terrestre do enclave palestiniano e insistiu que o fim do conflito passa por apostar na "solução de dois Estados", um judeu e outro árabe, "de forma realista".

O chefe de Estado norte-americano disse ainda estar "relativamente otimista" sobre a próxima libertação dos reféns detidos pelo Hamas desde 07 de outubro e garantiu ter pedido a Israel que fosse "extremamente cuidadoso" na condução das operações no principal hospital de Gaza.

Em 07 de outubro, o Hamas lançou um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e é classificado como terrorista pela UE e pelos Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo em Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

Os bombardeamentos israelitas por ar, terra e mar causaram mais de 11 mil mortos, na maioria civis, na Faixa de Gaza, de acordo com dados do Hamas.

Leia Também: Biden e Xi chegam a acordo para conter produção ilícita de fentanil

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