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Desparecimento de civis? AI acusa Nigéria de falta de eficácia

A Amnistia Internacional (AI) afirmou hoje que o Governo nigeriano não investigou, de forma eficaz, as ações do exército que causaram o desaparecimento de milhares de pessoas no nordeste do país.

Desparecimento de civis? AI acusa Nigéria de falta de eficácia
Notícias ao Minuto

19:23 - 03/11/23 por Lusa

Mundo Amnistia Internacional

A AI já tinha, no mês passado, apresentado uma queixa sobre este tema ao Tribunal de Justiça da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), um órgão sediado na Nigéria.

"Ao permitir que o exército levasse a cabo milhares de desaparecimentos forçados no nordeste do país, e ao não investigar e processar os responsáveis de forma genuína e eficaz, o Governo nigeriano violou as suas obrigações regionais e internacionais em matéria de direitos humanos", afirmou hoje, através de um comunicado, o diretor da AI para a Nigéria, Isa Sanusi.

O comunicado da Amnistia hoje divulgado surgiu depois de o Governo nigeriano ter confirmado a receção da queixa apresentada no mês passado.

A ação, que foi apresentada em conjunto com a organização nigeriana 'Sterling Centre for Law and Development' e 23 vítimas e sobreviventes dos acontecimentos, procura "justiça, verdade e indemnizações para os desaparecidos e as suas famílias", segundo a AI.

"O Tribunal da CEDEAO representa uma das poucas vias que restam para a responsabilização e a justiça das vítimas (...) e das suas famílias, que merecem saber o destino e o paradeiro dos seus entes queridos", disse Sanusi.

Em 2015, a organização internacional revelou, num relatório, que as forças de segurança nigerianas cometeram crimes de guerra e outras violações graves dos direitos humanos durante as operações militares contra o grupo terrorista Boko Haram no nordeste do país.

Esta zona tem sido atingida pela violência desde 2009, algo que se agravou a partir de 2016 com o aparecimento de uma ramificação do Boko Haram, o chamado Estado Islâmico na Província da África Ocidental (ISWAP, na sigla em inglês).

Ambos os grupos pretendem impor um Estado islâmico na Nigéria, um país com uma maioria muçulmana no norte e uma maioria cristã no sul.

O Boko Haram e o ISWAP já mataram mais de 35.000 pessoas e provocaram cerca de 2,7 milhões de deslocados internos, principalmente na Nigéria, mas também em países vizinhos como os Camarões, o Chade e o Níger, segundo dados do Governo e das Nações Unidas.

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