Paquistão. Tribunal acusa ex-governante de revelar segredos de Estado

Um tribunal paquistanês acusou hoje o ex-primeiro-ministro Imran Khan de revelar segredos de Estado após sua destituição em 2022, podendo enfrentar uma longa pena de prisão ou de morte.

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Lusa
23/10/2023 15:23 ‧ 23/10/2023 por Lusa

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Paquistão

Khan e Shah Mahmood Qureshi, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros e vice-líder do partido de oposição do ex-governante (Movimento pela Justiça do Paquistão), serão julgados esta semana numa prisão de segurança máxima na cidade de Rawalpindi.

"Ele [Kahn] foi acusado hoje e a acusação foi lida na sua presença", disse o magistrado Shah Khawar, da Agência Federal de Investigação, do lado de fora da prisão de Adiala, na cidade de Rawalpindi, no sul da capital Islamabade, onde Khan, de 71 anos, está detido.

A acusação de revelar segredos de Estado acarreta penas que vão desde prisão perpétua até à pena de morte, segundo Umair Niazi, um dos advogados de defesa de Khan.

Niazi, no entanto, disse estar confiante de que Khan e Qureshi serão absolvidos, pois não fizeram "nada de errado".

O julgamento começa na sexta-feira e tanto Khan quanto Qureshi negaram as acusações. As audiências acontecerão perante um tribunal especial a portas fechadas na prisão de Adiyala, onde Khan está detido.

O caso diz respeito a um telegrama diplomático do embaixador do Paquistão em Washington, que Khan apresentou como prova de uma conspiração norte-americana contra ele, apoiada pelos militares paquistaneses.

A decisão do tribunal, estabelecida ao abrigo da Lei dos Segredos Oficiais do país, surge depois de a detenção de ambos os políticos ter sido prorrogada em diversas ocasiões, apesar de outro tribunal ter ordenado em agosto que Khan fosse libertado após suspender uma pena por corrupção que lhe era imputada pela venda ilegal de presentes recebidos quando era chefe de governo.

O seu partido sublinhou em diversas ocasiões que o documento em questão continha uma ameaça dos Estados Unidos de retirar Khan do poder, algo que Washington rejeitou.

No final de setembro, a Agência Federal de Investigação interpôs recurso junto ao tribunal especial para colocar Qureshi como principal acusado no caso do documento vazado.

Agora, a justiça marcou para 27 de outubro a próxima audiência judicial, que contará com a presença de várias testemunhas, segundo informações recolhidas pelo jornal paquistanês Dawn.

Imran Khan foi condenado em 5 de agosto a três anos de prisão no âmbito do caso de venda de presentes recebidos, o que o impediu de concorrer às eleições gerais por um período de cinco anos, embora o Supremo Tribunal do Paquistão tenha reconhecido "defeitos processuais" na sentença, enquanto se aguarda a decisão do Tribunal Superior de Islamabade.

A sentença então proferida resultou das acusações contra Khan pela venda de presentes ao Estado por líderes internacionais.

Entre as ofertas que recebeu enquanto era chefe do Governo estavam uma metralhadora AK-47 folheada a ouro, joias, diamantes e relógios e outros bens de luxo dados pelos governantes dos países mais ricos do Golfo Pérsico.

Segundo a lei paquistanesa, Khan era obrigado a entregar estes presentes ao estado, no entanto, o antigo primeiro-ministro alegadamente vendeu-os no Dubai e nunca declarou os lucros nos seus bens, embora o agora líder da oposição rejeite estas acusações.

Leia Também: Tribunal Penal Internacional diz que foi alvo de tentativa de espionagem

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