Egito e Jordânia criticam Israel por ações tomadas na guerra contra Hamas

O Egito e a Jordânia criticaram hoje duramente Israel pelas ações em Gaza, numa cimeira realizada na capital egípcia, numa aparente perda de paciência dos dois aliados ocidentais com as decisões de Telavive na guerra contra o Hamas.

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Lusa
21/10/2023 18:52 ‧ 21/10/2023 por Lusa

Mundo

Israel

O Presidente egípcio, Abdel Fattah el-Sissi, anfitrião da cimeira, rejeitou mais uma vez qualquer conversa sobre a expulsão dos 2,3 milhões de palestinianos de Gaza para a Península do Sinai e advertiu contra a "liquidação da causa palestiniana".

O rei Abdullah II da Jordânia classificou o cerco e o bombardeamento de Gaza por Israel como "um crime de guerra".

Os dois discursos refletiram a raiva crescente na região, mesmo entre aqueles que têm laços estreitos com Israel e que muitas vezes têm trabalhado como mediadores, à medida que a guerra desencadeada por um ataque do Hamas entra na terceira semana, com o número de vítimas a aumentar e sem fim à vista.

O Egipto está especialmente preocupado com o afluxo maciço de palestinianos ao seu território, algo que receia que, entre outras coisas, possa minar seriamente as esperanças de um Estado palestiniano.

Os comentários vagos de alguns políticos e oficiais militares israelitas sugerindo que as pessoas abandonem Gaza alarmaram os vizinhos de Israel, tal como as ordens israelitas para que os civis palestinianos se retirem para sul, em direção ao Egito.

El-Sissi afirmou no discurso de abertura da conferência, que o Egito rejeita veementemente "a deslocação forçada dos palestinianos e a sua transferência para terras egípcias no Sinai".

"Quero afirmar clara e inequivocamente ao mundo que a liquidação da causa palestiniana sem uma solução justa está para além do reino da possibilidade e, em caso algum, acontecerá à custa do Egito, não em absoluto", afirmou o chefe de Estado.

O rei da Jordânia transmitiu uma mensagem semelhante, expressando a "rejeição inequívoca" de qualquer deslocação de palestinianos. A Jordânia é já o país que acolhe o maior número de palestinianos deslocados das anteriores guerras do Médio Oriente.

"Trata-se de um crime de guerra, de acordo com o direito internacional, e uma linha vermelha para todos nós", afirmou o monarca jordano.

Israel manifesta-se determinado a destruir os dirigentes do Hamas em Gaza, mas pouco disse sobre o seu objetivo final.

Na passada sexta-feira, o ministro israelita da Defesa, Yoav Gallant, apresentou um plano de três fases em que ataques aéreos e "manobras" - uma presumível referência a um ataque terrestre - têm como objetivo erradicar o Hamas previamente a um período de operações de limpeza de menor intensidade.

Depois, o plano prevê a criação de um novo "regime de segurança" em Gaza, juntamente com "a eliminação da responsabilidade de Israel pela vida na Faixa de Gaza", disse Gallant, que não esclareceu quem governará Gaza depois do Hamas.

Entretanto, Israel ordenou a retirada de mais de metade dos 2,3 milhões de palestinianos de Gaza, de norte a sul do território, que vedou completamente, empurrando efetivamente centenas de milhares de palestinianos para a fronteira egípcia.

O Egito receia que um êxodo em massa possa trazer militantes do Hamas para o Sinai, de onde poderão lançar ataques contra Israel, pondo em perigo o tratado de paz entre os dois países.

Ambos os líderes, egípcio e jordano, condenaram ainda a campanha aérea de Israel em Gaza, que já matou mais de 4.300 palestinianos, incluindo muitos civis, de acordo com as autoridades de saúde de Gaza.

Israel afirma que só está a atingir alvos do Hamas e que está a respeitar o direito internacional.

A guerra foi desencadeada por uma incursão em larga escala do Hamas no sul de Israel, no passado dia 07 de outubro, em resultado da qual morreram mais de 1.400 pessoas, a grande maioria civis.

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