Uma estudante norte-americana, de 21 anos, esteve detida durante mais de dois meses no Dubai, alegadamente por ter tocado no braço de uma agente de segurança do aeroporto, quando fazia uma escala de algumas horas nos Emirados Árabes Unidos durante uma viagem internacional.
Segundo o jornal The Guardian, que cita a Detained in Dubai, uma organização que presta assistência jurídica a estrangeiros nos Emirados Árabes Unidos, Elizabeth Polanco de los Santos foi detida quando regressava a Nova Iorque, vinda de Istambul, na Turquia, no passado dia 14 de julho.
A jovem terá sido abordada pelos funcionários da alfândega, que lhe pediram que retirasse uma cinta que estava a usar por ter sido operada. Segundo a própria, os agentes olharam-na de forma hostil e riram-se das suas cicatrizes.
Elizabeth tentou pedir ajuda a uma amiga que a acompanhava para voltar a colocar a cinta, mas foi impedida por uma agente, tendo então "lhe tocado gentilmente no braço para a tirar do caminho e depois começou desesperadamente a pedir ajuda à amiga".
Os seguranças acusaram a jovem de ter tido um comportamento "agressivo e insultuoso" e detiveram-na numa sala do aeroporto durante várias horas.
"Elizabeth foi falsamente acusada de agredir e insultar um funcionário da alfândega quando foi despida e humilhada ao entrar na cidade desértica durante uma escala", denunciou Radha Stirling, diretora-executiva do Detained in Dubai, citada pelo Insider.
Foi posteriormente libertada após ter assinado vários documentos escritos em árabe. No entanto, quando tentou embarcar no seu voo de regresso para os Estados Unidos, foi informada pelas autoridades aeroportuárias que estava proibida de viajar e não podia sair dos Emirados Árabes Unidos.
Cerca de um mês depois, a 24 de agosto, foi condenada ao pagamento de uma multa de dez mil dirhams (cerca de 2.600 euros), mas continuou sem poder sair do país porque os funcionários do aeroporto recorreram da sentença. Acabou por ser condenada a um ano de prisão, mas a pena foi comutada e a jovem voltou aos Estados Unidos na terça-feira.
"A notícia de que a sua sentença seria comutada foi um fim bem-vindo para os cinco meses infernais da Elizabeth no Dubai, que a deixaram humilhada e traumatizada" acrescentou Radha Stirling.
"Ela ficou com as cicatrizes de uma experiência incompreensivelmente traumática para uma jovem estudante. Além disso, foi condenada com base em meras alegações, sentenciada a um ano de prisão, multada e deportada", disse ainda.
Até ao momento, segundo Stirling, os motivos que levaram à libertação da jovem ainda "não são claros".
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