Tarifas: Suíça e EUA concordam em acelerar negociações

A Suíça e os Estados Unidos concordaram sexta-feira em acelerar as discussões sobre as relações comerciais entre os dois países e evitar que o país alpino seja sobrecarregado com as tarifas aplicadas pela administração liderada por Donald Trump.

Notícia

© FABRICE COFFRINI/AFP via Getty Images

Lusa
10/05/2025 06:53 ‧ há 10 horas por Lusa

Mundo

Tarifas

A Presidente da Suíça, Karin Keller-Sutter, acompanhada por Guy Parmelin, que ocupa a pasta da economia, reuniu-se com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, num grande hotel nas colinas acima de Genebra.

 

"O lado americano está empenhado em acelerar o processo com a Suíça. É encorajador", frisou Keller-Sutter, durante uma conferência de imprensa.

Os norte-americanos não quiseram falar com os jornalistas, mas sublinharam, num breve comunicado, que "as duas partes concordaram em acelerar as negociações sobre o comércio recíproco".

Os Estados Unidos saudaram ainda "a ambição da Suíça nestas negociações".

As autoridades suíças aproveitaram a visita a Genebra de altos funcionários norte-americanos, onde deverão reunir-se com o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, este fim de semana e tentar arrefecer a guerra comercial desencadeada por Donald Trump.

Esta reunião --- facilitada pelos anfitriões do país alpino --- é o diálogo de mais alto nível desde o início das tensões comerciais.

A Suíça enviará uma "declaração de intenções" aos Estados Unidos e uma delegação suíça poderá viajar para Washington dentro de "uma a duas semanas" para desenvolver "um acordo em princípio", à semelhança do que foi feito com o Reino Unido na quinta-feira, detalhou Keller-Sutter.

Os suíços estão a multiplicar as suas reuniões na tentativa de escapar às tarifas.

Mas "encontrar soluções não significa aceitar qualquer coisa, digo-o muito claramente", garantiu Parmelin.

Em 02 de abril, a Suíça estava no topo da lista negra do Presidente Trump e, devido ao seu excedente comercial, as suas exportações para os Estados Unidos foram ameaçadas com taxas punitivas de 31%.

Uma semana depois, o presidente dos EUA anunciou uma pausa de 90 dias nestas taxas alfandegárias "recíprocas", mas impôs 10% sobre quase a maior parte das exportações dos seus parceiros comerciais. A pausa deverá expirar em 09 de julho.

Em 2024, a Suíça vendeu mais 38,5 mil milhões de francos (41,1 mil milhões de euros, à taxa de câmbio atual) em mercadorias do que importou dos Estados Unidos.

Tendo em conta este excedente e a filosofia geral das taxas punitivas delineada na quinta-feira pelo secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, os suíços não devem, por isso, estar excessivamente otimistas.

Se os países que têm um excedente comercial com os Estados Unidos "realmente abrirem os seus mercados [aos produtos americanos], vierem ter connosco e disserem que querem um comércio justo e equilibrado com os Estados Unidos, o máximo que conseguirão é 10%. Provavelmente será mais, mas, na melhor das hipóteses, será 10%", explicou Lutnick, à estação CNBC.

Keller-Sutter e Parmelin também se reuniram com o vice-primeiro-ministro chinês na sexta-feira.

"Foi dada uma atualização sobre o estado das discussões sobre a modernização do nosso acordo de comércio livre com a China, que tem cerca de dez anos", explicou Parmelin, indicando que uma delegação chinesa vai regressar em julho.

Leia Também: Lula defende relação do Brasil com a Rússia e critica tarifas dos EUA

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas