Monarquia absoluta de Essuatíni congratula-se com eleição "livre e justa"

O Governo do reino de Essuatíni, última monarquia absoluta de África, congratulou-se hoje pela eleição "livre e justa" de 59 deputados (51 homens e oito mulheres) num escrutínio controlado de perto pelo regime.

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Lusa
02/10/2023 18:06 ‧ 02/10/2023 por Lusa

Mundo

Alpheous Nxumalo

"O Governo está muito satisfeito com o êxito das eleições, que se desenrolaram de forma livre e justa", declarou à agência France-Presse o porta-voz governamental, Alpheous Nxumalo.

Cinquenta e nove deputados foram eleitos na sexta-feira no reino da África Austral, que é governado pelo rei Mswati III.

Os candidatos às eleições não tinham oficialmente rótulos partidários e foram selecionados nos círculos eleitorais pelos chefes tradicionais, que normalmente zelam pelos interesses do monarca.

Os partidos políticos são proibidos no reino há 50 anos e a maior parte das formações de oposição ao regime, alvo da repressão, está registada, bem como as associações ou organizações não-governamentais. A Constituição apenas garante, em teoria, a liberdade de expressão e de opinião, bem como o direito de reunião e de associação.

"O Governo de Eswatini sempre teve as mesmas posições em relação ao processo democrático eleitoral no país", afirmou Nxumalo, sublinhando que um grande número de candidatos não tem acesso à política de certos partidos.

Mais de meio milhão de eleitores foi chamado às urnas para este ato eleitoral com um papel limitado, uma vez que o Parlamento tem apenas um papel consultivo. O Rei aprova toda a legislação e tem direito de veto.

Mswati III, de 55 anos, também nomeia o primeiro-ministro, o Governo e os juízes, além de comandar a polícia e o exército.

Uma grande parte da oposição tinha apelado ao boicote da votação, considerando que os resultados eram um dado adquirido. Um deputado afiliado à oposição, eleito em 2018, foi forçado a exilar-se. Dois outros estão na prisão.

"Os partidários de Mswati estão a perder terreno na cena política", disse à agência AFP Thantaza Silolo, porta-voz do principal grupo da oposição, o Movimento de Libertação da Suazilândia (Swalimo).

Nos últimos anos, o reino tem sido abalado por protestos pró-democracia e em 2021, a sua repressão violenta pela polícia e pelo exército do rei fez cerca de 40 mortos.

Os observadores da União Africana (UA) e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) sublinharam o contexto "pacífico" em que decorreram as eleições de sexta-feira.

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