"O Governo está muito satisfeito com o êxito das eleições, que se desenrolaram de forma livre e justa", declarou à agência France-Presse o porta-voz governamental, Alpheous Nxumalo.
Cinquenta e nove deputados foram eleitos na sexta-feira no reino da África Austral, que é governado pelo rei Mswati III.
Os candidatos às eleições não tinham oficialmente rótulos partidários e foram selecionados nos círculos eleitorais pelos chefes tradicionais, que normalmente zelam pelos interesses do monarca.
Os partidos políticos são proibidos no reino há 50 anos e a maior parte das formações de oposição ao regime, alvo da repressão, está registada, bem como as associações ou organizações não-governamentais. A Constituição apenas garante, em teoria, a liberdade de expressão e de opinião, bem como o direito de reunião e de associação.
"O Governo de Eswatini sempre teve as mesmas posições em relação ao processo democrático eleitoral no país", afirmou Nxumalo, sublinhando que um grande número de candidatos não tem acesso à política de certos partidos.
Mais de meio milhão de eleitores foi chamado às urnas para este ato eleitoral com um papel limitado, uma vez que o Parlamento tem apenas um papel consultivo. O Rei aprova toda a legislação e tem direito de veto.
Mswati III, de 55 anos, também nomeia o primeiro-ministro, o Governo e os juízes, além de comandar a polícia e o exército.
Uma grande parte da oposição tinha apelado ao boicote da votação, considerando que os resultados eram um dado adquirido. Um deputado afiliado à oposição, eleito em 2018, foi forçado a exilar-se. Dois outros estão na prisão.
"Os partidários de Mswati estão a perder terreno na cena política", disse à agência AFP Thantaza Silolo, porta-voz do principal grupo da oposição, o Movimento de Libertação da Suazilândia (Swalimo).
Nos últimos anos, o reino tem sido abalado por protestos pró-democracia e em 2021, a sua repressão violenta pela polícia e pelo exército do rei fez cerca de 40 mortos.
Os observadores da União Africana (UA) e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) sublinharam o contexto "pacífico" em que decorreram as eleições de sexta-feira.
Leia Também: Líder de Taiwan inicia visita a Essuatíni