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Burkina Faso suspende difusão da revista Jeune Afrique no país

O Burkina Faso anunciou a suspensão no território de "todos os meios de difusão" da revista francesa Jeune Afrique, na sequência da publicação de artigos sobre alegadas tensões no exército burquinense.

Burkina Faso suspende difusão da revista Jeune Afrique no país
Notícias ao Minuto

06:34 - 26/09/23 por Lusa

Mundo Burkina Faso

O "governo de transição" decidiu "suspender todos os meios de difusão da Jeune Afrique no Burkina Faso até nova ordem, com efeitos a partir de segunda-feira, 25 de setembro", escreveu, na segunda-feira, o porta-voz do governo e ministro da Comunicação, Rimtalba Jean Emmanuel Ouédraogo.

O governo justificou a decisão com a divulgação de "um novo artigo falso no sítio Web da Jeune Afrique", intitulado: 'Au Burkina Faso, toujours des tensions au sein de l'armée' [Tensões continuam no exército do Burkina Faso, numa tradução livre]" e publicado na segunda-feira.

"Esta publicação segue-se a um artigo anterior da mesma publicação no mesmo sítio Web", divulgado na quinta-feira, sobre o alegado descontentamento crescente nas casernas burquinesas, acrescentou o ministro.

Para o governo, "estas afirmações deliberadas, feitas sem o mínimo indício de prova, não têm outro objetivo senão o de desacreditar inaceitavelmente as forças armadas do país e, por extensão, todas as forças combatentes".

No último ano, o regime burquinense, dirigido por militares depois de dois golpes de Estado em 2022, suspendeu temporariamente ou por tempo indeterminado as emissões de vários canais de televisão e de rádio e expulsou correspondentes estrangeiros, nomeadamente de meios de comunicação social franceses.

A decisão das autoridades do Burkina Faso surgiu quase um ano depois de o capitão Ibrahim Traoré ter chegado ao poder através de um golpe de Estado, o segundo em oito meses.

O Burkina Faso partilha várias fronteiras com dois países igualmente governados por militares que chegaram ao poder através de golpes de Estado: o Mali, desde 2020, e o Níger, desde o final de julho.

Em junho, as autoridades do Burkina Faso anunciaram a suspensão do canal de televisão francês LCI durante três meses, depois de terem expulsado os correspondentes dos diários franceses Libération e Le Monde, em abril.

No final de março, ordenaram a suspensão por tempo indeterminado do canal de televisão France 24, depois de terem suspendido a Radio France Internationale (RFI), em dezembro de 2022. Os dois meios de comunicação social públicos franceses foram acusados de transmitir mensagens de dirigentes extremistas islâmicos.

Desde 2015, o país enfrenta uma onda de violência extremista islâmica, que fez mais de 17 mil mortos e mais de dois milhões de deslocados internos.

O Burkina Faso também suspendeu a estação de rádio mais popular do país, a Rádio Omega, entre agosto e setembro, acusada de entrevistar um opositor ao regime militar do Níger.

Fundado em 1960, Jeune Afrique é um órgão de comunicação social pan-africano de língua francesa com sede em França, com vários correspondentes e colaboradores em África e noutros locais. Tem um sítio Web de notícias e uma edição impressa mensal.

Leia Também: Burkina Faso autoriza envio de contingente militar para o vizinho Níger

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