A Polónia reagiu quase de imediato à acusação de Minsk, negando que qualquer um dos seus helicópteros militares tenha violado o espaço aéreo bielorrusso e qualificando de "mentiras e provocações" as alegações do país vizinho, numa altura de constante tensão bilateral.
"São mentiras e provocações por parte da Bielorrússia. Não se registaram tais violações", disse Jacek Goryszewski, porta-voz do comando operacional das Forças Armadas polacas, citado pela agência AFP.
Pouco antes, a guarda fronteiriça da Bielorrússia recorreu à rede social Telegram para afirmar que um helicóptero militar polaco Mi-24 tinha atravessado hoje à tarde a fronteira, antes de regressar ao espaço aéreo polaco.
"O lado polaco foi informado sobre este incidente", referiu a mesma fonte.
"Diplomatas bielorrussos já chamaram a atenção ao lado polaco para a inadmissibilidade desta violação e pediram a Varsóvia para tomar medidas para evitar estes incidentes no futuro", informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Bielorrússia, acrescentando que o encarregado de negócios da Polónia no país já foi convocado para audição.
Na segunda-feira, Varsóvia e os países bálticos exigiram que a Bielorrússia expulsasse o Grupo Wagner do seu território, alegando que a presença dos mercenários constituía uma ameaça à sua própria segurança.
Como sinal de antagonismo, a Polónia e a Lituânia ergueram cercas ao longo das suas fronteiras com a Bielorrússia e Varsóvia já anunciou que planeia enviar até 10.000 soldados para essa zona.
A Lituânia fechou duas das seis passagens de fronteira com a Bielorrússia em 18 de agosto, em resposta à presença do Grupo Wagner.
Milhares de combatentes do Grupo Wagner instalaram-se na Bielorrússia após uma rebelião fracassada contra as altas chefias da Defesa russa em junho.
[Notícia atualizada às 20h35]
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