Sandra Torres, candidata do partido Unidade Nacional de Esperança (UNE), tem estado em silêncio desde a derrota no domingo.
A candidata recusou-se a aceitar os resultados anunciados pelo Supremo Tribunal Eleitoral, que reconheceu o progressista Bernardo Arévalo, do partido Movimento Semente, como vencedor de uma das eleições mais agitadas da história recente do país centro-americano.
Embora o Supremo Tribunal Eleitoral tenha reconhecido Arévalo como o vencedor virtual, com uma vantagem significativa sobre Torres, os resultados finais ainda não foram oficializados.
Carlos López, advogado do UNE de Torres, apresentou a queixa em nome do partido, citando irregularidades na contagem dos votos e alegando que constituíam fraude.
O advogado frisou que houve duplicações na contagem de votos que colocaram em causa o sistema de contagem de votos do país.
López também referiu que os delegados do seu partido não receberam cópias dos documentos que contabilizam os votos.
Este responsável não apresentou nenhuma prova inicial aos jornalistas para apoiar as suas alegações, nem disse se a sua queixa judicial continha provas.
A queixa acusa ainda as autoridades eleitorais de violação dos seus deveres e abuso de autoridade no processo eleitoral.
A vitória de Arévalo deixou em apreensão grande parte do 'establishment' político do país, sendo que tentativas anteriores de desqualificar a sua candidatura levantaram alarmes internacionais sobre o estado da democracia da Guatemala, noticiou a agência Associated Press.
Esta sexta-feira, centenas de guatemaltecos protestaram em frente ao gabinete do procurador do país, exigindo a demissão de uma procuradora após acusações de que fazia parte de uma tentativa de perseguir o partido político de Arévalo.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, expressou preocupação com as tentativas de minar os resultados das eleições presidenciais da Guatemala, referiu uma porta-voz da ONU na sexta-feira.
Na quinta-feira, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos anunciou medidas cautelares a favor de Arévalo e da candidata a vice-presidente Karin Herrera, considerando que as suas vidas e integridade estão em perigo depois de denunciarem duas possíveis tentativas de assassinato contra eles.
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