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Guatemala realiza segunda volta das presidenciais em plena crise política

Cerca de 9,3 milhões de guatemaltecos vão escolher no domingo o próximo chefe de Estado entre Sandra Torres Casanova e Bernardo Arévalo de León, numa segunda volta das eleições presidenciais em plena crise política.

Guatemala realiza segunda volta das presidenciais em plena crise política
Notícias ao Minuto

08:08 - 17/08/23 por Lusa

Mundo Guatemala

Sandra Torres Casanova, ex-primeira-dama e ex-mulher do falecido Presidente guatemalteco Álvaro Colom (2008-2012), obteve a maioria dos votos na primeira volta (15,8%) e disputa estas eleições pelo partido social-democrata Unidade Nacional da Esperança (UNE).

Apoiado pelo partido Semilla (esquerda), o ex-diplomata e académico Arévalo de León obteve 11,7% dos votos e apresentou-se como o candidato que traria mudanças, contra a manutenção do 'status quo' que a candidata do UNE representaria para o país.

Arévalo de León foi a surpresa da primeira volta, pois nos dias anteriores à votação, o académico tinha obtido menos de 3% nas sondagens e não estava entre os seis ou sete principais candidatos, todos ligados ao espetro político mais conservador.

A mais recente sondagem sobre a segunda volta das presidenciais, realizada pela empresa CidGallup, coloca Arévalo de León à frente de Torres Casanova com uma margem entre 60 e 70% do total de votos.

Diante deste cenário, o país da América Central está a viver um agravamento da crise política iniciada antes mesmo da primeira volta das eleições presidenciais realizadas em 25 de junho.

Desde que Arévalo De León avançou para a segunda volta, cuja vitória significaria um governo progressista na Guatemala, a Procuradoria-Geral guatemalteca, liderada por procuradores já sancionados pelos Estados Unidos, tentou eliminar a sua candidatura.

A crise política na Guatemala aprofundou-se após os procuradores terem feito em meados de julho buscas na sede da autoridade eleitoral, poucas horas depois da certificação dos resultados da primeira volta das presidenciais.

As ações da Procuradoria-Geral geraram imediatamente protestos dentro e fora da Guatemala, com as autoridades dos Estados Unidos a considerarem-nas uma ameaça à democracia do país.

Entretanto, em 14 de julho, o Tribunal Constitucional da Guatemala suspendeu a ordem judicial que impedia o partido Semilla de participar na segunda volta das eleições presidenciais.

Mesmo antes da primeira volta, alguns dos políticos mais populares já tinham ficado de fora das eleições presidenciais, porque as autoridades eleitorais e os tribunais os impediram ou cancelaram as suas candidaturas.

As exclusões das candidaturas foram criticadas pelo Governo dos Estados Unidos, pela Organização dos Estados Americanos (OEA) - que enviou observadores eleitorais paras as eleições na Guatemala -, outros organismos e países.

Nenhum partido de esquerda governou a Guatemala em quase 70 anos, desde as duas administrações de esquerda entre 1945 e 1954. A segunda destas foi liderada pelo Presidente Jacobo Arbenz Guzmán, que foi deposto por um golpe apoiado pelos Estados Unidos.

Seguiu-se uma série de governos militares de direita e uma guerra civil de 36 anos que terminou em 1996. Desde o retorno do país à democracia em 1986, a tendência conservadora só foi brevemente interrompida por duas vezes, com administrações social-democratas centristas em 1986 e 2008.

As eleições de domingo na Guatemala -- país com 17 milhões de pessoas - vão determinar o novo Presidente para o triénio 2024-2028, que irá substituir o atual chefe de Estado, Alejandro Giammattei.

Leia Também: Tribunal valida presidenciais na Guatemala, juiz suspende oposição

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