Paralelamente à carta, dezenas de indígenas marcharam pacificamente pelas ruas de Belém, capital do estado do Pará, para exigir o fim das violações dos seus direitos decorrentes do desmatamento, da mineração e do tráfico de drogas.
Neste sentido, os indígenas exigiram que os governantes combatam estas atividades ilícitas que avançam sobre a maior floresta tropical do planeta.
Exigiram também a aceleração do processo de regularização das suas terras ancestrais e um forte investimento público para promover a transição energética.
Em relação às empresas estrangeiras, o coletivo, que também inclui associações de descendentes de escravos negros e de ribeirinhos, pediu que aqueles que "poluem e causam a destruição de florestas e rios" sejam "devidamente processados e punidos" nos seus países de origem e "reparem os danos".
Em consonância com outras organizações da sociedade civil, a Assembleia dos Povos da Terra para a Amazónia apelou também aos governos para que "tomem todas as medidas necessárias para evitar o ponto de não retorno" - momento em que a Amazónia perderá a sua capacidade de regeneração - protegendo 80% do bioma até 2025.
Os oito países da Organização do Tratado de Cooperação Amazónica (OTCA)- Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela - iniciaram hoje uma reunião de dois dias.
Esta é a quarta reunião dos líderes da OTCA, um bloco criado em 1995, e a primeira desde 2009.
Na quarta-feira, os lideres da OCTA estenderão as conversas aos países convidados, que possuem grandes áreas de floresta tropical, incluindo Indonésia, República do Congo e República Democrática do Congo.
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